Nova York, 17 de fevereiro de 2017–A Polícia Nacional do Equador deve processar oportunamente o responsável por enviar à premiada jornalista de televisão Janet Hinostroza um pacote contendo um dispositivo improvisado com explosivos, disse hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). O atentado ocorreu nos dias que precedem as eleições gerais previstas para domingo, 19 de fevereiro.
Hinostroza, jornalista da rede Teleamazonas, recebeu ontem um pacote pelo correio com um DVD com a legenda “Quem está por trás da corrupção”, disse ela ao CPJ. A jornalista declarou que não pode abrir a caixa do DVD, mas viu fios no interior da caixa e avisou seus colegas, que chamaram a polícia. Segundo as informações da imprensa, a Polícia Nacional confirmou que o pacote continha um detonador. O CPJ homenageou Hinostroza com o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa em 2013 por sua corajosa reportagem investigativa sobre a política e a corrupção.
“As autoridades equatorianas devem investigar exaustivamente este sério incidente e processar judicialmente todos os responsáveis”, afirmou o coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría. “Nos dias que restam para as eleições presidenciais é fundamental que os jornalistas possam informar sem temor pelos problemas que o Equador enfrenta”.
“Estou muito preocupada pelo que está ocorrendo em nosso país. Estas são as consequências do nível de violência e confrontos que temos vivido nestes anos. É uma clara ameaça que rejeito com toda a minha força”, disse Hinostroza ao CPJ. “Medo é precisamente o que querem que sintamos. Vou levar minha vida normalmente na medida do possível. Não podemos perder a cabeça. O país precisa de nós”.
Em 15 de fevereiro, a presidente da Assembleia Nacional, Gabriela Rivadaneira, também recebeu um pacote que supostamente continha um dispositivo com explosivos. A polícia informou que ainda não pode confirmar que os dois incidentes estejam relacionados, segundo o El Telégrafo.