Somália, Iraque e Síria encabeçam o Índice Global de Impunidade do CPJ de 2016
Nova York, 27 de outubro de 2016 — Algumas das mais altas taxas de impunidade nos assassinatos de jornalistas podem ser atribuídas a homicídios cometidos por grupos militantes islâmicos, estabeleceu o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) em seu mais recente Índice anual Global de Impunidade, divulgado hoje.
No topo da lista, que destaca os países onde os jornalistas são assassinados e os responsáveis ficam impunes estão Somália, Iraque e Síria, onde organizações extremistas como o grupo Estado Islâmico e o Al-Shabaab têm repetidamente tido jornalistas como alvo de assassinatos. Afeganistão, Bangladesh, Nigéria e Paquistão também aparecem no índice, pelo segundo ano consecutivo.
Autoridades locais e grupos criminosos também assassinam jornalistas impunemente em represália por seu trabalho, em países do índice, como o Brasil, México, Filipinas e Rússia.
Sri Lanka, onde a violência contra os jornalistas tem diminuído desde o fim de uma guerra civil que durou décadas, saiu do índice pela primeira vez desde que o CPJ começou a compilar os dados em 2008.
“A impunidade nos assassinatos de jornalistas incentiva potenciais assassinos e obriga os meios de comunicação a trabalharem em um clima de medo, que por sua vez restringe as informações disponíveis para o público”, disse Elisabeth Witchel, autora do relatório e consultora do CPJ para a Campanha Global contra a Impunidade. “Os Estados precisam resolver urgentemente esta situação com mecanismos robustos para proteger, investigar e reprimir quando jornalistas são ameaçados ou atacados.”
O Índice de Impunidade, publicado anualmente para marcar o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade de Crimes contra Jornalistas em 2 de novembro, calcula o número de assassinatos não resolvidos ao longo de um período de 10 anos como percentagem da população de cada país. O relatório inclui uma tabela estatística e boletins para cada país que consta no índice.
O índice observa alguns desenvolvimentos positivos. Os assassinos foram penalizados em seis países no índice deste ano, em comparação com três no ano passado. Exceto três, todos os países no índice deste ano também participaram do mecanismo de prestação de contas quanto à impunidade, da UNESCO, que solicita informações sobre o estado das investigações sobre jornalistas mortos para o relatório bienal da agência da ONU sobre segurança dos jornalistas. Em anos anteriores, metade dos países no índice ignorou este processo. Este ano, apenas a Índia, o Sudão do Sul e Síria não responderam.
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O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos que se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo.
Nota aos Editores:
O relatório estará disponível em árabe, inglês, francês, russo, português e espanhol.
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