Moradores ficam em telhados em uma área inundada de Buzi, no centro de Moçambique, em 20 de março de 2019, após a passagem do ciclone Idai. (AFP/Adrien Barbier)
Moradores ficam em telhados em uma área inundada de Buzi, no centro de Moçambique, em 20 de março de 2019, após a passagem do ciclone Idai. (AFP/Adrien Barbier)

Assessoria de Segurança do CPJ: Cobrindo as consequências do Ciclone Tropical Idai na África Austral

O ciclone tropical Idai atingiu a costa na noite de 14 e 15 de março na província de Sofala, em Moçambique. A tempestade continuou no interior, causando inundações em Moçambique e partes do Zimbabué e do Malawi. A cidade portuária de Beira, a quarta maior de Moçambique, foi destruída e a crise humanitária é aguda, de acordo com as informações da imprensa. O presidente Filipe Nyusi, de Moçambique, disse em um discurso televisionado que o número de mortos pode ser superior a 1.000.

À medida que a escala do dano se torna aparente, o CPJ está ciente de que vários jornalistas regionais e internacionais estão tentando obter acesso às áreas afetadas e à Beira em particular. O jornalista que viaja ou planeja viajar para as regiões afetadas precisa:

• Estar preparado para ser autossuficiente por pelo menos cinco dias;

• Levar comida, água e suprimentos suficientes para sobreviver sem apoio externo;

• Saber que a logística e a higiene serão desafios sérios.

As comunicações via satélite são imprescindíveis, pois as comunicações móveis foram seriamente afetadas. Devido à falta de alojamento, é aconselhável que os jornalistas levem sacos de dormir e barracas.

Para mais informações sobre como operar em zonas de desastre, os jornalistas devem consultar a Nota de Segurança do CPJ sobre Desastres Naturais e Clima Extremo.

Existem severas restrições de acesso à região afetada pelo ciclone tropical Idai devido às inundações e devastação. O Programa Mundial de Alimentos lançou um mapa destacando os pontos de acesso rodoviário e aéreo em 20 de março.

As estradas foram danificadas na região; no entanto, o aeroporto de Beira retomou as operações em 17 de março, de acordo com um relatório do Grupo de Telecomunicações de Emergência (ETC). O ETC – uma rede de organizações que fornece serviços de comunicação durante uma crise humanitária – também informou que a Autoridade de Aviação de Moçambique está garantindo condições mínimas de segurança em relação ao Aeroporto da Beira, com a pista inalterada. No entanto, as comunicações meteorológicas e de rádio foram danificadas. A HP Risk Management, que apoia o CPJ e várias organizações noticiosas, foi informada por jornalistas de que há alguns voos de Joanesburgo para Beira e que o Serviço Aéreo Humanitário da ONU está tentando estabelecer um centro de operações em Chimio.

De acordo com o Gabinete de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), Beira foi extensivamente danificada, e grandes hospitais sofreram danos significativos. Esta parte de Moçambique já depende do apoio de agências internacionais de ajuda, e água potável e suprimentos de comida foram perdidos.

Beira não tem eletricidade e as comunicações estão se recuperando, mas não são confiáveis, de acordo com o ETC. O aeroporto de Beira tem um centro de conectividade para serviços humanitários. As comunicações via satélite também não são confiáveis.

O Instituto Nacional de Metrologia de Moçambique está prevendo tempestades contínuas nas localidades de Beira e Quimio.

Em 17 de março, o OCHA informou que o leste do Zimbábue também foi afetado, com inundações repentinas nas províncias dos distritos de Chimanimani e Chipinge, com estradas e pontes severamente danificadas. A chuva continua a cair nas províncias de Manicaland e Masvingo, no Zimbábue. O Malawi já havia sido afetado pelas enchentes antes do ciclone o atingir. O Assessment Capacities Project, uma organização sem fins lucrativos que apoia ONGs com informações durante desastres, relata que nos últimos sete dias, o número de pessoas afetadas aumentou em quase 450.000. Quatorze distritos em todo o sul e centro do país foram afetados por inundações durante a última semana.

Jornalistas que precisam de assistência devem entrar em contato com o CPJ através do e-mail [email protected].

O Kit de Segurança on-line do CPJ fornece aos jornalistas e redações informações básicas de segurança sobre recursos e ferramentas de segurança física, digital e psicológica.