Cape Town, África do Sul, 5 de fevereiro de 2014–O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) insta a polícia em Angola a libertar um jornalista que está sendo mantido detido desde domingo por acusações de calúnia a difamação.
Queirós Anastácio Chilúvia, vice-editor da emissora privada Rádio Despertar, foi preso quando foi ao Comando National da Polícia Nacional em Cacuaco, uma cidade nos arredores da capital, Luanda, para pedir comentários sobre gritos dos prisioneiros que ouviu enquanto passava pela delegacia, de acordo com o site de notícias independente Maka Angola e Alexandre Neto, presidente do capítulo Angola, do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA).
Neto disse ao CPJ que Chilúvia primeiro informou em uma reportagem ao vivo para a Rádio Despertar, dizendo que tinha ouvido prisioneiros gritando na delegacia. Neto disse que Chilúvia depois foi para a delegacia de polícia para perguntar sobre o que estava acontecendo, e foi preso.
O advogado do jornalista, Africano Cangombe, disse ao CPJ que a polícia acusou Chilúvia de difamação e de fazer declarações falsas contra a polícia. Cangombe disse que o caso tinha sido encaminhado para investigação por falta de provas e que o jornalista permanecerá sob custódia da polícia. O período máximo que a polícia pode deter alguém sem oferecer provas é de oito dias, disse Neto.
“Prender um jornalista por perguntar à polícia o seu lado da história é um absurdo”, disse o Coordenador do Programa do CPJ para a África, Sue Valentine. “Queirós Anastácio Chilúvia não é um risco para a sociedade. As autoridades devem libertá-lo imediatamente”.
De acordo com Neto, que foi o fundador da Rádio Despertar, não foi permitido que Chilúvia tivesse acesso as seus familiares ou seu advogado desde a sua detenção.