Apoiadores do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em confronto com a polícia após terem invadido o Palácio do Planalto em Brasília, no Brasil, em 8 de janeiro de 2023. Pelo menos 12 jornalistas cobrindo os distúrbios relataram terem sofrido ameaças, socos, chutes, e equipamentos quebrados ou roubados. (AP Photo/Eraldo Peres)

Apoiadores de Bolsonaro atacam e intimidam jornalistas enquanto invadem prédios do governo brasileiro

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2023 – Em resposta aos ataques a membros da imprensa por apoiadores do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, que invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto no domingo, o Comitê para Proteção de Jornalistas emitiu a seguinte declaração de repúdio: 

“Durante este período crítico para a democracia brasileira, jornalistas têm um papel crucial a desempenhar e informar o público. As inúmeras denúncias de violência e intimidação contra jornalistas que cobriram os distúrbios de domingo na capital são extremamente preocupantes” afirmou Renata Neder, representante do CPJ no Brasil. “As autoridades devem investigar rápida e minuciosamente todos os ataques à imprensa e garantir que jornalistas possam trabalhar com segurança e sem medo de intimidação.”

Por volta das 15h de domingo, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram as instalações do governo em um distúrbio violento, de acordo com várias notícias da imprensa. Pelo menos 12 jornalistas que cobriam os distúrbios, incluindo uma repórter do The Washington Post, relataram ter sido ameaçados, socados, chutados e tiveram seus equipamentos quebrados ou roubados, de acordo com várias reportagens da imprensa e declarações de organizações jornalísticas brasileiras.

Na noite de domingo, o governo federal decretou intervenção no Distrito Federal para restabelecer a ordem. Um juiz do Supremo Tribunal Federal afastou temporariamente o governador do Distrito Federal do cargo. As autoridades detiveram mais de 1.000 pessoas desde o início dos distúrbios, de acordo com reportagens da imprensa.