Os jornalistas frequentemente correm o risco de serem assediados on-line na tentativa de intimidá-los ou forçar seu silêncio por parte de pessoas hostis. O assédio, mais comumente dirigido às jornalistas, geralmente inclui ameaças de violência tanto contra profissionais como sua família e amigos.
Esses ataques podem causar ansiedade e medo. Soma-se a isso a necessidade de muitos trabalhadores do meio de continuar usando ferramentas on-line para realizar e divulgar seu trabalho. Jornalistas disseram ao CPJ que, em alguns casos, o assédio os obrigou a ficarem off-line privando-os do seu principal meio de trabalho e afetando seu bem-estar emocional.
As etapas preventivas para se proteger incluem:
• Consciência. Jornalistas, especialmente mulheres, provavelmente encontrarão alguma forma de assédio on-line
• Use um gerenciador de senhas ou crie uma senha longa e única para sua conta, contendo oito palavras ou mais
• Verifique suas configurações de privacidade e considere usar um serviço como o DeleteMe, que exclui informações pessoais sobre você da Internet. Essas etapas podem diminuir a probabilidade de ser vítima de doxing [exposição de dados pessoais]
• Configure a autenticação por dois fatores em suas contas
Passos imediatos a serem executados durante assédio ou ataque on-line:
• Evite examinar pessoalmente o assédio: peça a um amigo, colega ou outro jornalista de confiança para revisar o conteúdo para você. Avalie pedir a alguém para revisar menções e outros conteúdos e plataformas onde informações pessoais podem ter sido compartilhadas
• Desconecte suas contas e fique off-line. Suspenda-as por pelo menos 48 horas
• Silencie ou bloqueie o usuário. Altere as notificações para limitar as mensagens e notificações que você vê. O Twitter está desenvolvendo o recurso “Hide Replies” [Esconda Respostas, em tradução livre], que funcionará como uma alternativa para bloquear ou silenciar usuários
• Conte ao seu chefe e colegas – ou se for freelance, ao seu editor – para que eles possam apoiá-lo
• Não responda aos trolls. É o que eles querem
• Se possível, salve e documente o conteúdo, fazendo capturas de tela com link, de e-mails e mensagens; salve também mensagens de correio de voz. Você pode precisar dos registros se decidir denunciar o abuso à plataforma ou à polícia
Para cuidar do seu bem-estar emocional:
• Lembre-se de cuidar de si mesmo. Alimente-se e beba água regularmente. Procure um terapeuta ou conselheiro, se você tiver acesso a um. Mais informações podem ser encontradas no PEN America’s On-line Harassment Field Manual [Manual de Campo sobre Assédio On-line da PEN America]
• Recorde-se do tipo de apoio que o ajudou a superar outros momentos difíceis. É importante não se isolar, especialmente se você trabalhar como freelance.
• Você não é culpado pelo assédio on-line. Tenha em mente que não é pessoal e não há nada errado com você. Isso, infelizmente, acontece com muita gente. Saiba mais em Heart Mob – um projeto criado por Hollaback!, organização sem fins lucrativos que procura acabar com o assédio.
• Tente avaliar a seriedade do ataque. Se não for excessivo / grave, ignorar pode ser útil. Em um nível mais alto, quando a segurança estiver em risco, o ataque não deve ser menosprezado. É uma questão de equilíbrio.
• O apoio social ajuda, como procurar colegas, amigos ou chefes.
Mais recursos sobre como lidar com o assédio on-line incluem:
• Hate campaigns – What you should do [Campanhas de ódio – O que fazer] (Suomen Journalisilitto / Associação Finlandesa de Jornalismo)
•“Five ways to protect yourself against cyber hate and trolls” [“Cinco maneiras de se proteger contra o ódio cibernético e os trolls”] (Dart Center for Journalism and Trauma)
• “Advice from a psychologist” [“Conselho de um psicólogo”] (PEN America On-line Harassment Field Manual)