Nova York, 7 de dezembro de 2010 – As autoridades equatorianas devem fazer uma investigação completa sobre o brutal ataque contra o jornalista esportivo Guido Manolo Campaña, que foi sequestrado, agredido e ameaçado quando realizava seu trabalho informativo em Esmeraldas, província costeira do norte do país, afirmou hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
Dois indivíduos armados imobilizaram Campaña, jornalista do diário El Universo de Guayaquil, enquanto ele viajava em um ônibus que se dirigia para Esmeraldas, ao noroeste da capital, Quito, por volta da 13h00, informou o jornal. Campaña estava investigando a denúncia de que um jogador profissional de futebol estava utilizando a identidade de outra pessoa, noticiou o El Universo.
Os agressores armados amarraram e vendaram Campaña, o levaram para uma casa em local desconhecido, onde seus raptores o agrediram, o ameaçaram e o interrogaram sobre sua investigação jornalística, de acordo com o El Universo. Quando permitiram que ele atendesse um telefonema do jornal, por volta das 14h30, o repórter pediu ao editor que não publicasse sua reportagem sobre o caso da falsificação de identidade, afirmou o El Universo.
Campaña disse ao jornal que foi levado para o bairro de Tiwinza, na zona sul de Esmeraldas, por volta das 20h00. Antes de abandonarem o jornalista, os sequestradores o advertiram que o matariam e atentariam contra a sua família se a sua investigação fosse publicada, disse Campaña. Ele também afirmou que os assaltantes roubaram sua câmara, gravador, celular e sua caderneta de anotações.
Ao CPJ, Campaña disse que registrou queixa junto às autoridades de Esmeraldas. Campaña estava investigando a denúncia de que Gonzalo Javier Chila Palma, jogador profissional do clube Liga Universitaria Desportiva de Quito, estava usando o nome e o número do registro nacional de identidade de outra pessoa, destacou o El Universo. A pessoa havia prestado queixa à polícia, informou o jornal.
Em uma entrevista inicial com o El Universo, Chila disse que não tinha nada a esconder. Em outra reportagem, hoje, reconheceu ter comprado outra identidade, mas negou ter cometido um crime.
“Condenamos o ataque ao nosso colega Guido Manolo Campaña”, afirmou Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ. “Instamos as autoridades a processar os autores desta violenta agressão e a garantir que repórteres, como Guido Campaña, possam realizar seu trabalho sem temor de represálias”.
O El Universo providenciou dois seguranças privados para a residência de Campaña e um que o acompanhe se ele precisar sair de casa. Segundo Campaña, a polícia local também ofereceu proteção. Esta semana, o El Universo publicou um artigo sobre o caso de falsificação de identidade.