Nova York, 23 de abril de 2004—Um pistoleiro não identificado matou Alberto Rivera Fernández, apresentador de um programa de rádio e ativista político, no Departamento de Ucayali, na quarta-feira, dia 21 de abril. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) investiga se o assassinato está vinculado com o trabalho jornalístico do comunicador.
Rivera, 54, apresentava o programa matutino “Transparencia“, transmitido diariamente pela estação de rádio Frecuencia Oriental, na cidade de Pucallpa. Além de jornalista, era presidente de uma associação de jornalistas local e dono de uma empresa de venda de vidro.
De acordo com as informações da imprensa local, Rivera foi assassinado por volta das 13h30 enquanto estava no escritório de sua empresa. Dois indivíduos não identificados entraram no local e um deles sacou uma arma de fogo e disparou duas vezes contra Rivera, no peito e no ombro. Não houve indícios de roubo, disseram fontes do CPJ. Rivera morreu em conseqüência dos ferimentos antes que pudesse ser levado a um hospital local.
Ex-deputado do Frente Democrático (FREDEMO), Rivera era um controvertido jornalista de rádio, conhecido por suas agudas críticas contra as autoridades locais e regionais. Em 13 de janeiro, Rivera participou de um protesto organizado por colonos ilegais contra as autoridades locais na província de Coronel Portillo. Os manifestantes danificaram o edifício da Prefeitura e o prefeito local, Luis Valdez Villacorta, interpôs uma ação contra vários deles, inclusive Rivera, por danos contra a propriedade. Rivera acusou o prefeito de corrupção na venda de terras ocupadas por assentamentos ilegais.
As autoridades locais não se pronunciaram sobre os possíveis motivos do crime.
“Instamos as autoridades para que investiguem a fundo o assassinato de Alberto Rivera Fernández e levem seus autores à justiça”, declarou a Diretora-Executiva do CPJ Ann Cooper.