O CPJ saúda a libertação iminente de dois jornalistas cubanos

Nova York, 15 de fevereiro de 2008—O Comitê para a Proteção dos Jornalistas saúda as notícias sobre a libertação iminente de dois jornalistas independentes cubanos. Ambos foram detidos durante uma repressão massiva contra a dissidência e a imprensa independente cubana há quase cinco anos.

Miguel Angel Moratinos, ministro espanhol de Relações Exteriores e Cooperação, anunciou hoje que as autoridades cubanas libertariam sete prisioneiros. Os jornalistas José Gabriel Ramón Castillo e Alejandro González Raga, que estão no cárcere desde março de 2003, estão dentro do grupo das pessoas que serão libertadas, segundo informes de meios de comunicação espanhóis e fontes do CPJ. Aparentemente, Ramón Castillo e González Raga viajarão em seguida para a Espanha, conforme as informações da imprensa e entrevistas do CPJ.

“Tranqüiliza-nos o anúncio de que José Gabriel Ramón Castillo e Alejandro González Raga serão libertados” declarou o Diretor Executivo do CPJ, Joel Simon. “No entanto, estamos muito preocupados com os outros 22 jornalistas independentes que continuam no cárcere e instamos as autoridades cubanas a libertarem todos os que ainda estão detidos”.

O anúncio do governo espanhol foi feito depois da realização de uma reunião entre representantes do governo da Espanha e de Cuba na segunda-feira, em Madri. Moratinos explicou à imprensa que “é uma decisão unilateral das autoridades cubanas, que nós apreciamos e sobre a qual expressamos a nossa satisfação”. Em março de 2007, uma delegação do CPJ se reuniu com Trinidad Jiménez, secretária de Estado para a América Ibérica do ministério de Relações Exteriores e Cooperação, e entregou informações detalhadas sobre o estado dos jornalistas cubanos encarcerados.

Ramón Castillo, diretor da agência de imprensa Instituto Cultura e Democracia Press na província oriental de Santiago de Cuba, e González Raga, jornalista free-lance na província central de Camagüey, foram detidos durante uma repressão massiva ocorrida em março de 2003. Depois de julgamentos superficiais a portas fechadas, Ramón Castillo recebeu uma pena de 20 anos de prisão e González Raga foi sentenciado a 14 anos sob o Artigo 91 do código penal cubano, por atuarem contra a “independência do Estado cubano ou a integridade de seu território”. Eles informavam sobre notícias ignoradas pela imprensa oficial cubana e enviavam seus artigos, por fax ou telefone, a meios de comunicação e sites no exterior.

A saúde de ambos os jornalistas havia se deteriorado seriamente desde a detenção, segundo as investigações do CPJ.

Com outros 22 jornalistas presos, Cuba continua sendo o segundo maior encarcerador de jornalistas do mundo, depois da China. Vinte dos jornalistas foram detidos em março de 2003.