Homens encapuzados atiram contra carro de repórter de TV

Nova York, 21 de maio de 2008—Dois indivíduos não identificados atiraram contra o carro identificado como sendo da TV Diário de Mogi, na Grande São Paulo, dirigido por um repórter na última quinta-feira. Edson Ferraz, que não ficou ferido, disse a repórteres locais acreditar que o ataque foi uma retaliação por sua recente cobertura sobre corrupção policial. Hoje, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas pediu às autoridades brasileiras para que conduzam uma investigação pronta e detalhada.

Na noite de quinta-feira, quando Ferraz se dirigia para sua casa em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, foi fechado por um veículo com dois ocupantes encapuzados, de acordo com as informações da mídia brasileira. Um dos agressores atirou contra o carro de Ferraz, que possuía o logotipo da TV Diário de Mogi, de uma distância de aproximadamente seis metros, de acordo com o repórter. O jornalista conseguiu escapar sem ferimentos.

Ferraz tem feito matérias sobre corrupção policial local, de acordo com a TV Diário de Mogi. As três últimas reportagens foram sobre uma investigação que está sendo conduzida sobre a alegada extorsão de policiais contra supostos criminosos. O Ministério Público de São Paulo abriu processo contra policiais de Mogi das Cruzes na semana passada.

Ferraz disse a repórteres locais que havia recebido um telefonema na tarde de quinta-feira alertando-o para possíveis represálias por seu trabalho.

De acordo com a rede nacional de televisão TV Globo, da qual a TV Diário de Mogi é uma afiliada, Ferraz registrou queixa na corregedoria da polícia civil de São Paulo na sexta-feira. O jornal local O Estado de S.Paulo informou que Ferraz e sua família deixaram temporariamente a cidade.

O porta-voz da polícia de São Paulo disse ao CPJ que não há evidências ligando oficiais da polícia local ao ataque contra Ferraz.

“As autoridades brasileiras devem investigar imediatamente o violento ataque e a ameaça contra Edson Ferraz”, disse o Coordenador Sênior do Programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría.