Jornalista preso em estação de televisão

Nova York, 6 de março de 2005 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) está preocupado com a prisão e acusação de fraude contra um jornalista venezuelano conhecido por suas críticas às autoridades estaduais. Gustavo Azócar Alcalá foi preso hoje, no estado de Táchira, minutos depois de terminar o programa diário que apresenta na Televisión Regional del Táchira en San Cristóbal, disse ao CPJ um assessor de imprensada estação televisiva. Azócar é, também, correspondente do jornal El Universal, de Caracas.

O Ministério Público de Táchira sustenta que a detenção do jornalista foi baseada no não comparecimento de Azócar por uma acusação contra ele por lucro ilegal em atos da administração pública e fraude, apresentada em 2000. O jornalista, que então trabalhava como coordenador da emissora privada Radio Nacional 1060, foi acusado de supostas irregularidades nos contratos de publicidade da Loteria de Táchira, informou a imprensa local.

A Procuradora Geral do estado de Táchira, Ana Casanova, apresentou a denúncia contra Azócar quando trabalhava como assessora legal da Loteria de Táchira, informou o El Universal. A polícia de Táchira disse ao CPJ que a prisão não estava vinculada ao trabalho jornalístico de Azócar.

No entanto, Jesús Vivas Terán, advogado de Azócar, confirmou ao CPJ que o governo local estava utilizando as acusações de fraude para silenciar seu cliente, que tem sido crítico com as autoridades estaduais em geral, e com o governador Ronald Blanco La Cruz em particular.

“Estão utilizando um argumento falso com a intenção de tirá-lo do ar”, sustentou o advogado.

Ao ser preso, Azócar disse à estação de TV Globovisión que o governador Blanco havia ordenado sua prisão em represália ao seu trabalho.

“Um jornalista respeitado realizou uma acusação séria e afirmou que sua prisão foi politicamente motivada” disse a Diretora-executiva do CPJ, Ann Cooper. “As autoridades venezuelanas devem conduzir uma investigação rápida e completa sobre esta alegação e, enquanto isso, libertar Gustavo Azócar Alcalá”.