Nova York, 29 de outubro de 2019 – A impunidade nos casos de jornalistas assassinados permanece firmemente enraizada em mais de uma dúzia de países – incluindo os envolvidos em conflitos e em democracias – segundo o Índice Global de Impunidade do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), publicado hoje. O relatório destaca países onde jornalistas são assassinados regularmente e seus homicidas ficam livres.
Na última década, os grupos militantes armados atacaram jornalistas com total impunidade, inclusive na Somália, que lidera a lista pelo quinto ano consecutivo. No entanto, grupos criminosos tornaram-se uma grande ameaça. O México, até agora o país mais letal para jornalistas este ano, viu sua taxa de impunidade piorar quase todos os anos desde 2008, enquanto cartéis criminosos realizam uma campanha de terror contra a mídia. Durante o período de dez anos que terminou em 31 de agosto de 2019, 318 jornalistas foram assassinados em retaliação por seu trabalho em todo o mundo e em 86% desses casos nenhum agressor foi processado com êxito.
“A impunidade que testemunhamos nesses países ano após ano, e o conhecimento de que as autoridades agem pouco contra os que atacam a imprensa, prejudicam a capacidade dos jornalistas de todo o mundo de fazer seu trabalho”, disse Courtney Radsch, diretora de advocacy do CPJ. “Os governos democratas não podem ficar em silêncio diante da impunidade se quiserem ser vistos como apoiadores da liberdade de imprensa. É imperativo que os jornalistas e suas famílias recebam a justiça que merecem e que os líderes mundiais exijam essa responsabilização.”
Como parte de sua campanha global sobre impunidade, em 2019 o CPJ realizou eventos, relatos de viagens e missões de advocacy em todo o mundo, incluindo Eslováquia, Guatemala, Genebra e México. Para destacar o custo humano do jornalismo, o CPJ anunciou a publicação neste ano de The Last Column (A Última Coluna), uma coleção dos últimos trabalhos de 24 jornalistas assassinados.
O Índice de Impunidade é divulgado anualmente para marcar o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, em 2 de novembro. De acordo com a metodologia aplicada, o CPJ calcula o número de assassinatos de jornalistas não resolvidos como uma porcentagem da população de cada país. Para esse índice, o CPJ examinou os assassinatos de jornalistas ocorridos entre 1º de setembro de 2009 e 31 de agosto de 2019.
Nota aos editores:
O relatório “Getting Away with Murder: Índice Global de Impunidade de 2019 do CPJ“, assim como informações sobre a campanha mundial do CPJ contra a impunidade e The Last Column, estão disponíveis no site do CPJ. Para marcar uma entrevista, envie um e-mail para [email protected].
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