Ondas arrebentam no quebra-mar em Veracruz, México, em setembro de 2017. Veracruz é uma das áreas mais perigosas do Hemisfério Ocidental para os jornalistas, de acordo com a pesquisa do CPJ. (Reuters / Victor Yanez)
Ondas arrebentam no quebra-mar em Veracruz, México, em setembro de 2017. Veracruz é uma das áreas mais perigosas do Hemisfério Ocidental para os jornalistas, de acordo com a pesquisa do CPJ. (Reuters / Victor Yanez)

Repórter mexicano é morto no estado de Veracruz

Cidade de Chihuahua, 23 de março de 2018 – As autoridades do Estado de Veracruz, no México, devem realizar uma investigação verossímil e completa sobre o assassinato do jornalista Leobardo Vázquez Atzin, informou hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Vázquez foi morto a tiros por desconhecidos na noite de 21 de março no restaurante que possuía na cidade de Gutiérrez Zamora, aproximadamente a 320 quilômetros a leste da Cidade do México, de acordo com reportagens e informações fornecidas ao CPJ pelas autoridades estaduais de Veracruz.

Veterano repórter de jornal, em fevereiro Vázquez começou a escrever sobre crimes, corrupção e notícias gerais da região exclusivamente em sua página no Facebook, Enlace Informativo Regional, de acordo com a página e os noticiários.

“O assassinato de Leobardo Vázquez Atzin é o mais recente de uma série de homicídios no estado de Veracruz, a área mais perigosa para jornalistas no hemisfério ocidental”, disse Jan-Albert Hootsen, representante do CPJ no México. “É imperativo que as autoridades façam tudo o que estiver ao seu alcance para levar os perpetradores à justiça e acabar com o ciclo de quase completa impunidade que dizimou a imprensa independente no México.”

Em 22 de março, Jaime Cisneros, promotor especial do estado de Veracruz que lida com ataques a jornalistas, confirmou ao CPJ em uma mensagem de WhatsApp que os promotores estão investigando o assassinato de Vázquez e considerando o trabalho da vítima como possível motivo do homicídio.

Embora Vázquez não tenha assinado seus artigos, era amplamente sabido que ele dirigia a página, segundo jornalistas de Veracruz que o CPJ não nomeou por razões de segurança.

Vários dos posts recentes de Vázquez no Enlace Informativo Regional foram altamente críticos a Juan Ángel Espejo, prefeito de Tecolutla, cidade vizinha a Gutiérrez Zamora. Em um post no Facebook de 9 de março, Vázquez disse que recebeu ameaças e ofertas de suborno para parar de escrever sobre o prefeito de Tecolutla, mas não deu mais detalhes.

Os repetidos telefonemas do CPJ para o gabinete do prefeito de Tecolutla para obter comentários não foram atendidos.

Antes de iniciar o Enlace Informativo Regional, Vázquez trabalhou como repórter dos jornais locais Vanguardia e La Opinión de Poza Rica e cobria principalmente eventos sociais e, ocasionalmente, crime, de acordo com informações da imprensa e subsídios fornecidos ao CPJ pela Comissão Estadual de Veracruz para a Atenção e Proteção aos Jornalistas (CEAPP).

A presidente da CEAPP, Ana Laura Pérez, disse em 21 de março ao CPJ que a comissão soube das ameaças feitas contra Vázquez logo após seu assassinato. Pérez disse que a CEAPP ainda está investigando a morte do jornalista e, portanto, não pode fornecer mais informações sobre as supostas ameaças.

Um porta-voz do Mecanismo Federal para a Proteção de Defensores dos Direitos Humanos e Jornalistas, que pediu anonimato por razões de segurança, disse ao CPJ em 21 de março que Vázquez não estava inscrito no esquema de proteção sancionado pelo governo federal.