Aviões voam em formação em Santiago, Chile, em 3 de março de 2017. Em 7 de março, o Centro Independente de Jornalismo Investigativo, com sede em Santiago, informou que a polícia chilena interceptou telefonemas, bem como mensagens de WhatsApp e Telegramas, entre cinco jornalistas e suas fontes. (Reuters / Ivan Alvarado)
Aviões voam em formação em Santiago, Chile, em 3 de março de 2017. Em 7 de março, o Centro Independente de Jornalismo Investigativo, com sede em Santiago, informou que a polícia chilena interceptou telefonemas, bem como mensagens de WhatsApp e Telegramas, entre cinco jornalistas e suas fontes. (Reuters / Ivan Alvarado)

Polícia chilena acusada de espionar jornalistas

Bogotá, 12 de março de 2018 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas expressou hoje sua preocupação com os relatos de que a polícia chilena espionou repórteres como parte de uma operação de inteligência na região sul da La Araucanía.

Em 7 de março, o Centro Independente de Jornalismo Investigativo (CIPER), com sede em Santiago, informou que a polícia chilena interceptou telefonemas, bem como mensagens de WhatsApp e Telegramas, entre cinco jornalistas e suas fontes durante a operação, que durou de 25 de setembro de 2017 a 20 de janeiro, 2018, que supostamente tinha como alvo líderes dos Mapuches, um grupo indígena da região.

A investigação do CIPER mostrou que a polícia nacional do Chile, os Carabineros, não tinha as ordens judiciais exigidas por lei para grampear os telefones dos jornalistas.

“Espionar os repórteres é uma violação do pressuposto fundamental de que os jornalistas serão capazes de proteger suas fontes enquanto relatam questões de interesse público”, disse Natalie Southwick, pesquisadora associada do CPJ para a América Central e do Sul. “Este é um passo para trás em um país que fez notáveis progressos em matéria de liberdade de imprensa desde o seu retorno à democracia. Solicitamos às autoridades que deixem de espionar os jornalistas e garantam que esta não seja uma prática generalizada entre os serviços chilenos de inteligência e aplicação da lei”.

O departamento de comunicações dos Carabineros não retornou os telefonemas do CPJ solicitando comentários.

“Isso foi totalmente ilegal”, e a prática do governo de espionar jornalistas desapareceu em grande parte no Chile desde que o ditador Augusto Pinochet deixou a presidência em 1990, disse ao CPJ a diretora-executiva do CIPER, Mónica González. Ela disse que o que o CIPER descobriu até agora sobre espionagem de jornalistas poderia ser “apenas a ponta do iceberg”.

González disse que os cinco jornalistas que foram monitorados trabalharam para a Radio Bio e o jornal La Segunda, e para os sites de notícias focalizados na comunidade Mapuche, El Ciudadano, Werken e Mapuexpress.