Executivo de mídia assassinado no Brasil

Nova York, 13 de junho de 2013 – As autoridades brasileiras devem identificar o motivo por trás do assassinato na terça-feira de um executivo de meios de comunicação, disse hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Quatro homens mascarados atiraram ao menos 41 vezes contra José Roberto Ornelas de Lemos enquanto ele estava em uma padaria, no subúrbio do Rio de Janeiro, segundo as informações da imprensa.

“As autoridades devem iniciar uma investigação completa sobre o brutal assassinato e determinar o motivo por trás do crime”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ.

Ornelas de Lemos, diretor-administrativo do Jornal Hora H, estava envolvido em todos os aspectos operativos do jornal, disse um funcionário ao CPJ. Ele também é filho do proprietário do Jornal Hora H, José Lemos. Um jornalista da publicação disse às autoridades que Ordenas de Lemos havia recebido ameaças pelas reportagens do jornal, segundo informações da imprensa, mas não entrou em detalhes.

O capitão da polícia Marcus Henrique Alves disse a repórteres que as autoridades estavam investigando a cobertura do jornal como um possível motivo para o assassinato. “É uma publicação combativa, que frequentemente denunciava irregularidades e corrupção”, disse ele. O jornal é conhecido pelo seu estilo de cobertura tabloide de crime e polícia.

Meios de comunicação também informaram que Ornelas lemos havia sido investigado por três assassinatos cometidos nos anos 1990, mas nunca foi formalmente acusado. Uma vez ele foi acusado de envolvimento no assassinato de um funcionário local em 2003, em uma disputa sobre um contrato de coleta de lixo e foi preso, mas depois absolvido, segundo reportagens. As autoridades disseram que ele havia sobrevivido a um ataque anterior em 2005, segundo as informações da imprensa.

Um aumento acentuado da violência letal tornou o Brasil um dos países mais perigosos no mundo para jornalistas, segundo o relatório anual do CPJ Ataques à Imprensa. No espaço de cinco semanas, em março e abril, dois jornalistas foram assassinados no Vale do Aço. Em 2013, o Brasil foi o 10 º pior país no Índice de Impunidade do CPJ, que destaca os países onde os jornalistas são assassinados regularmente e os assassinos em liberdade. O país também foi nomeado para Lista de Países em Risco do CPJ, que identificou 10 locais onde a liberdade de imprensa sofreu em 2012.

  • Para mais informações sobre o Brasil, visite a página do CPJ sobre o país.