Jornalistas cubanos presos estão próximos de partir para a Espanha

Nova York, 12 de julho de 2010 – Jornalistas cubanos encarcerados estariam no grupo de prisioneiros políticos que serão libertados esta noite para embarcar em um vôo rumo à Espanha, com previsão de chegada nesta terça-feira, segundo as informações da imprensa internacional. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) saúda a notícia sobre a anunciada libertação e insta as autoridades cubanas a liberar todos os jornalistas que continuam na prisão.

Declarações da Igreja Católica de Cuba, que está negociando a liberação dos dissidentes, nominaram 20 prisioneiros políticos que serão libertados de forma iminente. Em seus comunicados, a igreja identifica os seguintes dez jornalistas entre os que seriam libertados:  Normando Hernández González, Julio César Gálvez Rodríguez, Omar Ruíz Hernández, Mijail Bárzaga Lugo, Ricardo González Alfonso, Alfredo Pulido López, José Ubaldo Izquierdo, Léster Luis González Pentón, Pablo Pacheco Ávila e José Luis García Paneque.

Os detalhes sobre a anunciada libertação têm sido fragmentados. O governo cubano e a imprensa oficial da ilha não informaram sobre a libertação, nem o momento em que ela ocorrerá.

Informes da imprensa internacional indicam que nem todos os 20 prisioneiros políticos embarcarão esta noite. O Ministro de Relações Exteriores da Espanha, que também participa das negociações com Cuba para a libertação dos dissidentes,  garantiu que um grupo de sete presos voaria para a Espanha com suas famílias na noite de hoje e chegaria a Madri amanhã, entre 12h00 e 13h00 (horário local), informou a agência Associated Press.

No total, segundo informou a igreja em um comunicado na semana passada, o governo de Raúl Castro libertará 52 prisioneiros políticos em um período de três a quatro meses. Uma investigação do CPJ identificou 21 jornalistas presos por seu trabalho independente e suas opiniões. Com exceção de um deles, todos os demais foram encarcerados em março de 2003, em uma ofensiva contra a dissidência e a imprensa independente conhecida como Primavera Negra.

“Nos últimos sete anos documentamos a atroz experiência pela qual passaram nossos colegas na prisão”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ. “Ficaremos profundamente aliviados em comprovar que seu sofrimento acabou, mas não descansaremos até ver todos eles em liberdade”.

Como parte dos preparativos para as libertações, o cardeal Jaime Ortega, titular da Arquidiocese de Havana, entrou em contato com vários jornalistas na semana passada para consultá-los se desejavam se mudar para a Espanha, disse ao CPJ a jornalista cubana Miriam Leiva. No último fim de semana, algumas das famílias dos jornalistas que serão libertadas foram transferidas para um edifício do governo nos arredores da capital onde permanecerão até a sua partida, de acordo com Álida Viso, esposa do jornalista preso Ricardo González Alfonso.

Neste link, é possível acessar informações sobre os 10 jornalistas que, como anunciado pela igreja, devem ser brevemente libertados. Os quadros informativos pertencem ao censo anual de jornalistas encarcerados do CPJ, divulgado em dezembro de 2009.