Nova York, 16 de janeiro de 2009—Indivíduos não identificados feriram a tiros, na tarde da última terça-feira, um jornalista venezuelano em frente aos escritórios do jornal local El Regional, no estado de Portuguesa, localizado no sudoeste do país. Hoje, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) instou as autoridades venezuelanas a investigarem o ataque e a levarem os responsáveis à justiça.
Por volta de 18h20, indivíduos não identificados dispararam contra Rafael Finol, editor de política do jornal El Regional de Acarigua, situada a 333 quilômetros de Caracas, quando ele deixava o prédio do jornal com vários colegas, segundo os informes da imprensa e as entrevistas realizadas pelo CPJ. Ele foi ferido na cabeça e levado para um hospital local, onde recebeu atendimento médico. O jornalista informou ao CPJ que está se recuperando dos ferimentos.
Finol, de 61 anos, acredita que o ataque ocorreu em represália às reportagens sobre política do El Regional. Jornalistas locais disseram ao CPJ que o diário apóia o presidente Hugo Chávez, e Finol informou que havia se reunido com Chávez dias antes do atentado. Ele acrescentou, também, que não havia recebido ameaças.
As autoridades locais estão averiguando o incidente, segundo os relatos da imprensa. Finol disse ao CPJ que os investigadores acreditam que há pistoleiros envolvidos no ataque.
“Instamos as autoridades venezuelanas a conduzirem uma investigação rápida e completa sobre o ataque contra Rafael Finol e a levarem todos os responsáveis à justiça”, declarou o Coordenador Sênior do Programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría. “Os venezuelanos têm o direito de buscar e receber informações de uma ampla gama de fontes, especialmente em um momento político crítico no país. Exortamos as autoridades a garantirem que todos os jornalistas possam cumprir com seu trabalho informativo com liberdade, e sem temor de represálias”.
Na quarta-feira, a Assembléia Nacional aprovou uma reforma constitucional que permitirá a reeleição indefinida de Chávez, informou a The Associated Press. A emenda será submetida a um referendo popular que será realizado em 15 de fevereiro, de acordo com os informes da imprensa local e internacional.