Nova York, 23 de agosto de 2010 – O suposto autor intelectual do assassinato do jornalista venezuelano Orel Sambrano, ocorrido em 2009, foi preso na quina-feira na Colômbia e agora enfrenta possível extradição para a Venezuela, segundo informações da imprensa local e internacional.
As autoridades colombianas prenderam Walid Makled García na cidade de Cúcuta, perto da fronteira com a Venezuela, segundo noticiou a imprensa. Na Venezuela, Makled teria uma ordem de prisão por narcotráfico ditada em 2008. As autoridades venezuelanas também emitiram ordens de captura contra Makled no ano passado pelo assassinato de Sambrano e por sua suposta participação na morte de um veterinário local em 2009, informou a The Associated Press.
Promotores venezuelanos solicitaram na sexta-feira a um tribunal de Caracas a extradição de Makled por tráfico de drogas e por suposta participação no assassinato de Sambrano, segundo as informações da imprensa. Makled foi implicado na morte de Sambrano, de acordo com a investigação do CPJ, mas em uma carta enviada em 2009 aos meios de comunicações venezuelanos ele negou ter tido qualquer vínculo com o homicídio. Sambrano teve uma postura crítica frente aos crimes cometidos no estado de Carabobo, onde Makled teria ligações com grupos do narcotráfico, segundo noticiado pela imprensa.
A Casa Branca mencionou Makled como um dos maiores barões da droga; atualmente, é almejado por um tribunal de Nova York, e também poderá enfrentar um pedido de extradição dos Estados Unidos, de acordo com o diretor da Polícia Nacional da Colômbia, General Oscar Naranjo.
“Recebemos com satisfação a prisão do suposto autor intelectual do assassinato de Orel Sambrano”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ. “Esperamos que o processo de extradição seja realizado prontamente para que Walid Makled García possa ser processado por este caso”.
Sambrano, diretor do semanário político ABC de la Semana e da emissora Rádio América, foi baleado em janeiro de 2009 por um agressor, que estava em uma motocicleta, em frente a uma loja de vídeos na cidade de Valencia, no norte da Venezuela, segundo uma pesquisa do CPJ.
Em 18 de maio, um tribunal de Carabobo sentenciou o ex-sargento da polícia Rafael Segundo Pérez a 25 anos de prisão por sua participação no homicídio de Sambrano, de acordo com a apuração do CPJ. O tribunal determinou que Pérez havia monitorado a rotina diária de Sambrano e fornecido a informação aos assassinos, segundo o jornal El Nacional, de Caracas.
O ex-oficial da polícia David Antonio Yánez e dois membros do grupo criminoso Los Piloneros, Arístides José Carvajal e Víctor Reales Hoyo, são acusados de realizar o assassinato, de acordo com as informações da imprensa local. A promotoria identificou Carvajal como o atirador.
A polícia de investigação venezuelana, conhecida como CIPC, prendeu Yánez em uma operação realizada em fevereiro deste ano na cidade de Moron, em Carabobo, segundo informações da imprensa. Carvajal morreu em um confronto com a polícia venezuelana, de acordo com a informação publicada pelo El Universal em 27 de março. Reales continua foragido.