Nova York, 21 de maio de 2010 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) saúda a condenação de um ex-agente da polícia em conexão com o homicídio do jornalista venezuelano Orel Sambrano na cidade de Valencia, no norte do país.
Na terça-feira, um tribunal do estado de Carabobo sentenciou Rafael Segundo Pérez, ex-sargento da polícia local, a 25 anos de prisão por sua participação no assassinato do jornalista, segundo as informações da imprensa local. Pérez também foi condenado por sua participação no homicídio de um veterinário local em 2009, de acordo com a imprensa venezuelana.
Pérez havia sido preso por autoridades venezuelanas em fevereiro de 2009 em relação ao assassinato de Sambrano. O tribunal determinou que Pérez havia monitorado a rotina diária de Sambrano e fornecido as informações aos assassinos, segundo o jornal El Universal de Caracas.
“Recebemos com satisfação a condenação de Rafael Segundo Pérez pelo assassinato de Sambrano”, declarou Carlos Lauría, Coordenador Sênior do programa das Américas do CPJ. “Agora, as autoridades venezuelanas devem assegurar que todos os responsáveis pela morte do jornalista, inclusive o autor intelectual, sejam levados à justiça”.
As autoridades alegam que o empresário local Walid Makled havia planejado o crime e que o ex-policial David Antonio Yánez Inciarte e dois integrantes de um grupo conhecido como Los Piloneros, Arístides José Carvajal e Victor Reales Hoyo, realizaram o assassinato, segundo a imprensa local. Carvajal foi identificado como o autor material.
A polícia de investigação venezuelana, conhecida como CIPC, prendeu Yánez em uma operação realizada em fevereiro na cidade de Moron, estado de Carabobo, segundo informações da imprensa. Reales e Makled estão foragidos. Carvajal morreu em confronto armado com a polícia venezuelana, segundo informações publicadas pelo El Universal em 27 de março.
Sambrano, de 62 anos, diretor do semanário político ABC de la Semana e da emissora Rádio América, foi baleado por um indivíduo em uma motocicleta em frente a uma loja de vídeos em Valencia, de acordo com informações da imprensa local e entrevistas do CPJ. O jornalista, que também exercia a advocacia, era muito respeitado por suas investigações e comentários sobre política, segundo apurado pelo CPJ.