Nova York, 8 de agosto de 2008 – Agressores não identificados mataram a tiros o jornalista dominicano Normando García na tarde de quinta-feira na cidade de Santiago, 163 km ao norte da capital, Santo Domingo. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) está investigando se o assassinato de García está vinculado ao seu trabalho jornalístico.
Por volta de 18h40, García, cinegrafista do programa diário “Detrás de la Noticia” e produtor do programa musical “Pachanga Mix” na estação de televisão Teleunión, estava deixando seu carro para lavar quando foram efetuados múltiplos disparos de armas de fogo de um veículo em movimento, segundo informes da imprensa local.
Naquele momento, García estava conversando com um chofer de táxi, que também ficou ferido no tiroteio. García, que morreu na hora, recebeu cinco tiros na cabeça, quatro no tórax e um na perna, informou Esteban Rosario, apresentador do “Detrás de la Noticia“. O motorista de táxi foi transportado para um hospital local aonde veio a falecer, de acordo com os informes da imprensa.
Rosario declarou ao CPJ acreditar que García foi assassinado em represália por seu trabalho. García, conhecido em Santiago como Azabache, cobria narcotráfico e criminalidade.
“Estamos entristecidos pela morte de Normando García e enviamos nossas condolências a sua família e amigos”, disse Carlos Lauría, Coordenador Sênior do Programa das Américas do CPJ. “Instamos as autoridades dominicanas a conduzirem uma investigação pronta e completa sobre o caso”.
García havia recebido várias ameaças de morte nos últimos oito meses, segundo jornalistas de Santiago. Rosario, que também foi ameaçado, ressaltou que telefonemas anônimos haviam advertido García que ele seria assassinado caso continuasse informando sobre criminalidade. Há oito meses, segundo Rosario, o carro de Garcia havia sido incendiado próximo do escritório da Teleunión.
O porta-voz da polícia de Santiago, Coronel Jesús Cordero Paredes, informou ao CPJ que as autoridades estão realizando investigações exaustivas. Cordero afirmou que os investigadores têm uma boa pista sobre possíveis suspeitos, mas ainda não determinaram o motivo. O porta-voz acrescentou que a polícia está proporcionando proteção a outros jornalistas que cobrem a área de polícia.
A violência letal contra jornalistas não é comum na República Dominicana, segundo a pesquisa do CPJ. Além de García, um jornalista foi morto nos últimos cinco anos durante o cumprimento de seu trabalho informativo. O caso ocorreu em 2004.