Nova York, 20 de maio de 2008–O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) saúda a condenação sentenciada por um tribunal venezuelano na segunda-feira contra o ex-policial Boris Blanco pelo assassinato, em 2006, do jornalista fotográfico Jorge Aguirre.
O Tribunal Misto 14º Juizado de Caracas condenou Blanco, ex-policial de Chacao, na municipalidade de Caracas, pelo homicídio de Aguirre, segundo as informações da imprensa venezuelana. O tribunal sentenciou Blanco a 15 anos de prisão, noticiou a imprensa.
“Saudamos a condenação de Boris Blanco pelo assassinato de Jorge Aguirre”, declarou o Diretor Executivo do CPJ, Joel Simon. “Com freqüência, os assassinos de jornalistas não enfrentam as conseqüências. A condenação de Blanco envia uma mensagem importante: a impunidade não pode ser tolerada”.
Blanco havia sido acusado do homicídio e usurpação de funções em junho de 2006. Seu julgamento começou em novembro de 2007. Segundo as informações da imprensa local, os promotores encarregados do caso apresentaram dezenas de testemunhos para sustentar a acusação contra Blanco. O ex-policial não foi condenado por usurpação de funções, informou a imprensa venezuelana.
Aguirre, de 60 anos, fotógrafo da Cadeia Capriles, que publica o El Mundo, fotografava um estádio em reformas no centro de Caracas quando decidiu cobrir uma manifestação contra a criminalidade que ocorria nas proximidades na tarde de 5 de abril de 2006, informou ao CPJ o editor de El Mundo, Enrique Rendón. Enquanto se dirigia à manifestação em um Toyota Corolla de cor branca de propriedade do El Mundo e com o logotipo do jornal, um homem que conduzia uma motocicleta se aproximou e ordenou ao motorista do carro em que estava Aguirre que parasse, argumentando que ele estava com as autoridades, informou Rendón. Quando o chofer não parou, o motociclista seguiu o automóvel e disparou quatro vezes contra Aguirre, quando o fotógrafo descia do carro com sua câmera. O jornalista conseguiu fotografar as costas do assassino quando este fugia do local do crime. Com a ajuda de alguns transeuntes, o motorista colocou Aguirre no carro e o levou a um hospital local, onde o fotógrafo faleceu algumas horas mais tarde.
Em 13 de abril, as autoridades nacionais detiveram Blanco depois que ele foi identificado como o condutor da motocicleta por um ex-colega, informou o diário El Universal. A polícia revistou a casa de Blanco e encontrou evidências que o ligavam à cena do crime, de acordo com a imprensa local.