Nova York, 6 de julho de 2007—O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condena a sentença de 15 meses de prisão determinada, na terça-feira, para o jornalista cubano Armando Betancourt Reina por uma acusação de desordem pública. Betancourt Reina está encarcerado desde maio de 2006, sem que fossem apresentadas acusaç’es, em um presídio da cidade central de Camagüey.
O tribunal municipal de Camagüey sentenciou Betancourt Reina, repórter da agência de notícias Nueva Prensa Cubana, após um julgamento de cinco horas, segundo as informaç’es da imprensa. Segundo o site de notícias Bitácora Cubana, de Miami, a esposa do jornalista, Mercedes Boudet Silva, disse que seu marido havia regressado para a prisão Cerámica Roja, de Camagüey, onde está detido há 13 meses. Boudet Silva ressaltou que o tempo que o jornalista esteve preso contará como parte de sua sentença, informou o Bitácora Cubana.
Betancourt Reina foi detido em 23 de maio de 2006 enquanto cobria o despejo de famílias pobres de suas casas, segundo informaram ao CPJ membros de sua família. A polícia local disse à família do jornalista que ele havia sido preso por participar de um protesto contra o despejo, explicaram fontes de Camagüey ao CPJ. Segundo Boudet Silva, autoridades locais disseram a seu advogado que Betancourt Reina seria processado por alteração da ordem pública, mas uma acusação formal não havia sido feita at… o julgamento.
“… incrível que Armando Betancourt Reina tenha passado mais de um ano na prisão sem acusaç’es formais contra ele, simplesmente por informar sobre um evento que as autoridades não queriam que fosse divulgado”, declarou o Diretor Executivo do CPJ, Joel Simon. “Mas … ainda mais incrível que tenha sido processado por uma acusação que não se sustenta, e sentenciado a 15 meses de prisão. Ele deve ser libertado de imediato”.
Com 25 jornalistas no cárcere, Cuba continua sendo um dos países com mais jornalistas presos no mundo, superado apenas pela China. Vinte e dois destes jornalistas foram detidos durante uma ofensiva do governo contra a dissidência em março de 2003. Familiares e amigos de vários jornalistas afirmam que a saúde dos repórteres tem se deteriorado seriamente nos últimos meses devido às deploráveis condiç’es carcerárias e à atenção m…dica insuficiente.