Jornalista desaparece no sul do México após noticiar sobre narcotráfico

Nova York, 26 de janeiro de 2007 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) está preocupado com o paradeiro do jornalista mexicano Rodolfo Rincón Taracena, que desapareceu na noite de sábado no estado de Tabasco, no sul do México. O CPJ está investigando se existe relação entre o desaparecimento e o trabalho jornalístico de Rincón.

Rincón, jornalista da editoria policial do diário de Villahermosa Tabasco Hoy, foi visto pela última vez quando saía da redação do jornal, por volta das 19h00, disse ao CPJ um colega que pediu para não ser identificado. Rincón deixou seus objetos pessoais e sua câmara fotográfica no escritório e disse a um editor que voltaria logo, disse a fonte. Rincón não foi mais visto desde então.

A esposa e os colegas do jornalista denunciaram seu desaparecimento às autoridades locais na quara-feira, segundo os informes na imprensa mexicana e entrevistas realizadas pelo CPJ. No dia de seu desaparecimento Rincón publicou uma matéria investigativa sobre o narcotráfico em Tabasco. No domingo, o jornal publicou outro artigo de Rincón, sobre um grupo de ladrões de caixas-automáticos.

A fonte do CPJ no Tabasco Hoy declarou que Rincón havia recebido ameaças anônimas por telefone em 2006, mas não havia prestado atenção a elas.

Ethel Riquelme Fernández, diretora-geral do escritório da Promotoria Especial para crimes contra jornalistas na Cidade do México, disse ao CPJ que seu delegado em Tabasco está investigando o desaparecimento de Rincón. Segundo José Antonio Calcáneo Collado, presidente da Federação de Associações de Jornalistas Mexicanos, as autoridades estaduais também estão realizando uma investigação.

“Estamos muito preocupados com o bem-estar de nosso colega Rodolfo Rincón”, afirmou o Diretor Executivo do CPJ, Joel Simon. “Instamos as autoridades mexicanas a conduzirem uma investigação rápida e exaustiva, a localizar Rincón e trazê-lo em segurança”.

Outros jornalistas mexicanos estão desaparecidos, de acordo com as investigações do CPJ. Rafael Ortiz Martínez , repórter para o diário Zócalo, de Monclava, e apresentador do noticiário matutino “Radio Zócalo” na emissora local XHCCG, desapareceu em 8 de julho de 2006. Ele havia noticiado sobre a preponderância da prostituição clandestina em Monclava, infecções por HIV e como as famílias foram afetadas. Alfredo Jiménez Mota , repórter especialista em temas de segurança pública e crime organizado do matutino El Imparcial, de Hermosillo, desapareceu em 2 de abril de 2005. Jiménez havia noticiado sobre famílias de narcotraficantes no norte do México. Investigadores de Sonora vincularam o desaparecimento do jornalista ao seu trabalho informativo. Leia mais sobre estes casos e os de outros jornalistas desaparecidos em todo o mundo em (em inglês).

O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, e se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo.