Nova York, 29 de agosto de 2006—Um indivíduo não identificado assassinou a tiros o colunista venezuelano Jesús Rafael Flores Rojas, na semana passada, em frente a sua casa em Tigre, no estado de Anzoátegui. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) está investigando as possíveis conexões entre o assassinato e o trabalho de Flores como jornalista.
Flores, conhecido localmente como “El Pavo Flores”, era o coordenador da edição de Anzoátegui do diário La Región, radicado em Cumaná, no estado vizinho de Sucre. Flores também escrevia uma coluna semanal na qual, freqüentemente, criticava funcionários do governo local, conforme informou ao CPJ o editor de La Región, Luis Marcano Barrios.
O assassinato ocorreu quando Flores e sua filha, Nancy Rojas Mota, chegavam em casa por voltadas nove da noite do dia 23 de agosto, disse Rojas à imprensa local. Enquanto estacionavam o carro dentro da garagem, um homem armado se aproximou do jornalista. Flores implorou para que o agressor levasse o seu carro e dinheiro, mas este respondeu que não estava lá por causa disso e disparou repetidamente contra o jornalista, de acordo com a imprensa venezuelana.
Flores recebeu oito impactos de bala em seu rosto, colo e braço, informou Marcano. De acordo com informações da imprensa, Flores esteve envolvido na política local anteriormente. Gregorio Salazar, secretário-geral do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa, disse ao CPJ que Flores já não estava mais vinculado a atividades políticas no momento de sua morte.
Marcano ressaltou que Flores havia informado ter recebido várias ameaças de morte, a mais recente há um mês, quando um desconhecido aconselhou Flores a deixar de criticar o governo municipal. Membros da família disseram que não estavam a par de nenhuma ameaça contra Flores, noticiou a imprensa local.
O comissário do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminais
(Cicpc) em El Tigre, José Rivero Alfonso, declarou à imprensa local que eles acreditam que um pistoleiro foi o autor material do assassinato. Rivero disse que haviam descartado roubo como possível motivo, mas não deu indicações sobre outras possíveis razões para o crime. Acrescentou que a polícia está revisando as colunas de Flores em busca de pistas ou possíveis suspeitos.
“Estamos alarmados com o assassinato de nosso colega Jesús Rafael Flores Rojas”, disse o Diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. “Instamos as autoridades venezuelanas a realizar uma investigação profunda e imediata sobre o crime, e levar os responsáveis perante a justiça”.
O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, que se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo.