Nova York, 16 de março de 2006 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) expressou hoje a sua preocupação pelo estado de saúde de dois jornalistas cubanos em greve de fome, um dos quais está preso.
Guillermo Fariñas, diretor da agência de notícias independente Cubacán Press, se recusa a se alimentar há 45 dias em protesto contra as restrições impostas pelo governo para o acesso dos jornalistas à Internet. Fariñas se encontra em cuidado intensivo. O jornalista preso Juan Carlos Herrera, da Agencia de Prensa Libre Oriental, não come há 13 dias.
Fariñas foi hospitalizado em 7 de fevereiro na cidade de Santa Clara, ao norte do país, informou ao CPJ sua mãe, Alicia Hernández. Segundo Hernández, Fariñas perdeu a consciência várias vezes, sofre de fortes dores de cabeça e não sente suas extremidades. Fariñas começou seu jejum em 31 de janeiro.
Herrera iniciou sua greve de fome em 4 de março, em protesto contra as condições de vida e o tratamento médico que recebe na prisão, informou ao CPJ sua esposa, Ileana Danger Hardy. Ela disse que o jornalista não tem bebido água desde terça-feira, porque tem problemas de saúde associados a uma condição renal pré-existente. Herrera foi preso durante a ofensiva do governo contra a imprensa independente em março de 2003, e recebeu uma sentença de 20 anos de prisão.
“Estamos muito preocupados com a saúde dos dois jornalistas”, disse a Diretora-executiva do CPJ, Ann Cooper. “Instamos o governo cubano a libertar os 24 jornalistas presos atualmente pelo cumprimento de seu trabalho”.
O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, que se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo.