COLÔMBIA: Apresentadora de televisão é atacada e torturada

Nova York, 4 de fevereiro de 2004—O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condena a recente e violenta agressão contra a jornalista e ativista dos direitos humanos colombiana Inês Peña, que foi atacada e torturada na cidade de Barrancabermeja, Departamento de Santander, na semana passada.

Em 28 de janeiro, por volta das três da tarde, dois homens armados seqüestraram a jornalista enquanto ela caminhava pelo centro de Barrancabermeja. Peña, de 22 anos, pertence à ala juvenil do grupo pelos direitos da mulher Organización Femenina Popular – OFP (Organização Feminina Popular), e apresenta o segmento “Cultura pela Vida” no programa de televisão “La Mohana“, transmitido pela estação privada Canal Enlace 10 de Barrancabermeja.

De acordo com fontes do CPJ, os assaltantes, que se identificaram como integrantes das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), apontaram uma arma para Peña e a obrigaram a entrar no veículo. Depois, ameaçaram Peña e abusaram fisicamente dela, raspando-lhe o cabelo e queimando seus pés com água fervendo. Os agressores ordenaram que ela cortasse seu vínculo com o programa de televisão.

Yolanda Becerra, presidente da OFP, afirmou ao CPJ que em seu segmento televisivo Peña se refere a como os jovens se vêem afetados pela guerra civil na Colômbia e denuncia violações dos direitos humanos cometidos pelos grupos armados. Becerra indicou que o ataque foi em represália pelo trabalho jornalístico de Peña. A jornalista havia recebido ameaças anteriormente.

A polícia de Barrancabermeja iniciou uma investigação para esclarecer o ataque.

Barrancabermeja, cidade portuária no noroeste da Colômbia, é controlada pelas forças paramilitares, que freqüentemente são acusadas de flagrantes violações dos direitos humanos. Em outubro de 2003, Janeth Montoya, jornalista do diário de Barrancabermeja Vanguardia Liberal, recebeu ameaças de morte logo após ter escrito um artigo que abordava os problemas sociais de um bairro pobre onde os grupos armados têm presença ativa.

“Instamos as autoridades colombianas a iniciar uma exaustiva investigação sobre este repugnante ataque e levar à justiça os responsáveis”, declarou Ann Cooper, Diretora-Executiva do CPJ. “O governo deve tomar medidas imediatas e firmes contra os grupos ilegais armados para que os jornalistas possam continuar com seu trabalho sem temor por represálias”.

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