CPJ Comemora Mecanismo de Denúncia de Liberdade de Imprensa

Nova York, 03 de agosto de 2016 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) comemora a criação, pelo Comitê Olímpico, de um mecanismo de denúncia de violações à liberdade de imprensa que permitirá aos jornalistas que cobrirão a organização e execução dos Jogos Olímpicos denunciar violações da liberdade de imprensa. Milhares de jornalistas estão se concentrando no Rio de Janeiro antes da abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, nesta sexta-feira.

O Comitê Olímpico Internacional (IOC, na sigla em inglês) prevê lançar mão deste mecanismo de denúncia – que estará à disposição de todos os jornalistas, independentes ou contratados, credenciados ou não – de forma que as denúncias devidamente comprovadas sejam entregues às autoridades competentes para resolução. O mecanismo pode ser acessado em inglês e francês.

“Jornalistas são imprescindíveis ao sucesso de quaisquer eventos esportivos internacionais, e o regulamento do IOC afirma que o mesmo deve tomar ‘todas as medidas necessárias para cobrir da forma mais completa possível’ os jogos”, declarou o diretor executivo do CPJ, Joel Simon. “O mecanismo é condizente com esta obrigação, e nós incentivamos os jornalistas a usá-lo plenamente”.

A criação deste mecanismo de denúncia é o resultado de anos de cobranças junto ao Comitê Olímpico Internacional, pelo CPJ e por outras organizações de direitos, em prol da responsabilização das nações que sediam os Jogos Olímpicos pelos abusos à liberdade de imprensa que limitaram a cobertura de tópicos sensíveis que margeiam os Jogos Olímpicos.

O CPJ documentou violações à liberdade de imprensa em vários Jogos Olímpicos. Antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014, o CPJ divulgou o relatório “Imprensa Sofre ‘Gelo’ na Cobertura dos Jogos Olímpicos de Sochi“, descrevendo a tendência à obstrução, intimidação e assédio que limitaram a cobertura de assuntos sensíveis como violações trabalhistas e danos ambientais. Em 2008, o CPJ documentou como a China manteve a censura à internet e limitou a imprensa a nível doméstico e internacional durante as Olimpíadas de Beijing, preocupações que perduram na medida em que a cidade se prepara para sediar os Jogos de 2022.

O CPJ se reuniu várias vezes com o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, para cobrar a criação de um mecanismo formal para responder às denúncias dos jornalistas envolvidos na cobertura dos jogos. O CPJ avaliará e dará feedback ao IOC, seguindo a realização do Rio 2016.

Em adição ao uso do mecanismo do Comitê Olímpico, o CPJ encoraja os jornalistas a relatar as denúncias através do [email protected].

Em 2014, Bach se comprometeu a reformar o Movimento Olímpico através da Agenda Olímpica 2020, embora grupos de direitos humanos mantenham as críticas ao histórico de direitos humanos do IOC.

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