Nova York, 5 de julho de 2006 — O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) está preocupado com a ameaça de morte contra um jornalista colombiano que entrevistou pessoas acusadas de narcotráfico que aguardam extradição para os Estados Unidos.
O renomado radialista Herbin Hoyos Medina disse ao CPJ que recebeu uma mensagem eletrônica que o advertia que, se não saísse da Colômbia em três dias, enfrentaria “conseqüências sem precedentes para seus filhos e família” (” repercusiones sin precedentes para sus hijos y família “). Hoyos permanece na Colômbia, mas disse estar considerando a possibilidade de abandonar o país.
“Nos inquieta esta ameaça contra Herbin Hoyos”, disse o Diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. “As autoridades devem investigá-la prontamente e encontrar os responsáveis”.
Hoyos saiu da Colômbia durante períodos curtos, entre 1998 e 2000, depois de receber ameaças de grupos guerrilheiros após informar sobre seqüestros. Desde 2002 tem escolta permanente da polícia.
Em 1º de julho, durante seu programa semanal na Caracol Radio , em Bogotá, Hoyos levou ao ar entrevistas com internos da penitenciária de segurança máxima de Cómbita, em Boyacá, que aguardam a extradição para os Estados Unidos por narcotráfico.
Na noite do dia 1º, uma mensagem ameaçadora foi colocada em sua página web (lasvocesdelsecuestro.com). O texto, assinado por um grupo desconhecido chamado “Frente de Ação e Justiça pela Liberdade e Democracia” (” Frente de Acción y Justicia por la Libertad y la Democracia “), acusou Hoyos de proteger delinqüentes que denigrem a imagem da Colômbia. Hoyos denunciou a ameaça à Procuradoria Geral.
Segundo informes da imprensa local, os entrevistados por Hoyos afirmaram que não eram chefões do narcotráfico e acusaram a DEA, organismo antidrogas norte-americano, e as autoridades colombianas de terem ‘armado para eles’ com as solicitações de extradição.
Desde o início do ano, o CPJ documentou cinco casos de jornalistas colombianos que se viram obrigados a abandonar suas residências devido a ameaças e intimidações. Ainda que jornalistas de Bagdá e de outros grandes centros urbanos trabalhem com maior liberdade que seus colegas do interior do país, também enfrentam pressões e intimidações, segundo dados do CPJ.