Países autoritários dobram a censura
Nova York, 10 de setembro de 2019 – A Eritréia é o país mais censurado do mundo, de acordo com um relatório divulgado hoje pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). A lista dos 10 Países Mais Censurados é baseada na pesquisa do CPJ sobre as táticas de censura usadas por governos autoritários, desde a prisão e as leis repressivas até a vigilância de jornalistas e restrições à internet e acesso à mídia social.
A Coréia do Norte e o Turquemenistão estão em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Os 10 restantes são Arábia Saudita, China, Vietnã, Irã, Guiné Equatorial, Bielorrússia e Cuba. Esses países desrespeitam as normas de liberdade de expressão e as garantias internacionais ao prender os repórteres, usando a mídia estatal como porta-voz do regime e forçando jornalistas independentes ao exílio. A autocensura é generalizada.
Vários países da lista, incluindo Arábia Saudita, China, Vietnã e Irã, combinam táticas tradicionais de censura como aprisionar e assediar jornalistas com o uso de sofisticadas tecnologias de vigilância e campanhas on-line direcionadas para silenciar a imprensa independente.
“A internet deveria tornar a censura obsoleta, mas isso não aconteceu. Muitos dos países mais censurados do mundo são altamente conectados, com comunidades on-line ativas. Esses governos combinam a brutalidade do estilo antigo com a nova tecnologia, muitas vezes adquirida de empresas ocidentais, para reprimir a divergência e controlar a mídia”, disse o diretor executivo do CPJ, Joel Simon. “A censura está viva e bem.”
A metodologia dos 10 Mais Censurados avalia os países com base nas táticas usadas pelos governos para restringir a liberdade de imprensa, incluindo a existência de leis de difamação ou “notícias falsas”, vigilância física e digital de jornalistas, bloqueio de sites de notícias, restrições à mídia privada, exclusão de correspondentes estrangeiros e campanhas direcionadas de hackingoutrolling.
A lista aborda apenas os países onde o governo controla rigidamente a mídia. As condições para os jornalistas e para a liberdade de imprensa em países como a Síria, o Iêmen e a Somália também são extremamente difíceis, mas não necessariamente atribuíveis apenas à censura do governo. Em vez disso, fatores como conflitos violentos, infraestrutura insuficiente e o papel de atores não estatais criam um clima perigoso para a imprensa.
Para editores:
O relatório está disponível em árabe, chinês, inglês, farsi, francês, português, russo e espanhol. Envie um e-mail para press@cpj.orgpara marcar uma entrevista.