China e Turquia lideram a lista dos países que trancafiam jornalistas, seguidos por Egito e Arábia Saudita
Nova York, 11 de dezembro de 2019 – A cifra de jornalistas aprisionados por suas atividades informativas atingiu globalmente pelo menos 250 pelo quarto ano consecutivo, com China e Turquia no topo da lista dos principais carcereiros do mundo, constatou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
Em 1º de dezembro de 2019, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas apurou que ao menos 250 jornalistas permaneciam atrás das grades em conexão com seu trabalho, dos quais 98% são oriundos ..’do próprio país. Depois da China, Turquia, Arábia Saudita e Egito, os que mais aprisionam os que exercem esse ofício no mundo são Eritreia, Vietnã e Irã.
O presidente Xi Jinping reforçou ainda mais a mão de ferro sobre a imprensa na China, onde 48 jornalistas estão presos. A Turquia, que eliminou praticamente todas as reportagens e críticas independentes, fechando mais de 100 meios de comunicação e apresentando acusações relacionadas a terrorismo contra muitos de seus funcionários, mantinha 47 jornalistas encarcerados em 2019. Outras dezenas ainda enfrentam julgamento ou foram condenadas à prisão, e estão livres em fase de recurso.
“A prisão de um único jornalista é uma terrível injustiça que tem consequências de longo alcance para familiares, amigos e colegas”, disse Joel Simon, diretor-executivo do CPJ. “Mas a prisão de centenas de jornalistas – ano após ano – é uma ameaça ao sistema global de informações do qual todos dependemos. Governos repressivos estão usando essas táticas cruéis para privar suas próprias sociedades e o mundo inteiro de informações essenciais.”
Autoritarismo, instabilidade e protestos no Oriente Médio levaram a um aumento na cifra de jornalistas presos na região- particularmente na Arábia Saudita, que manteve 26 atrás das grades em 2019, colocando o país ao lado do Egito como o terceiro pior carcereiro em todo o mundo.
A política foi novamente o tema com maior probabilidade de levar jornalistas à cadeia, seguido por direitos humanos e corrupção. Enquanto a maioria dos comunicadores presos em todo o mundo enfrenta acusações contra o Estado, o número dos incriminados por “notícias falsas” aumentou para 30; em 2012, o CPJ encontrou apenas um jornalista em todo o mundo enfrentando essa alegação. Países repressivos, incluindo Rússia e Cingapura, promulgaram no ano passado leis que criminalizam a publicação de “notícias falsas”.
O recenseamento do CPJ é um instantâneo dos que estavam aprisionados até 00:01 de 1º de dezembro de 2019. Não inclui os muitos jornalistas presos e libertados ao longo do ano; informações sobre esses casos podem ser encontradas em www.cpj.org . Os jornalistas permanecem na lista do CPJ até que a organização determine com razoável segurança que foram libertados ou morreram sob custódia. Conheça nossa metodologia.
Antes do lançamento, o CPJ destacou casos individuais de jornalistas encarcerados por meio da campanha #FreeThePress no Instagram. Saiba mais aqui.
O relatório do CPJ está disponível em árabe, chinês, inglês, persa, francês, português, russo, espanhol e turco. Os especialistas do CPJ também estão à disposição para entrevistas em vários idiomas: envie um e-mail para press@cpj.org e obtenha mais informações.