Nova York, 14 de fevereiro de 2014–O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condena o assassinato na noite de quinta-feira do jornalista brasileiro Pedro Palma e insta as autoridades a investigar a fundo o crime e levar os responsáveis à justiça.
Palma foi morto a tiros por dois homens não identificados em uma motocicleta em frente a sua casa em Miguel Pereira, subúrbio no sul do Rio de Janeiro, e morreu no local, de acordo com as informações da imprensa. Palma era dono do jornal semanal Panorama Regional, que circulava em vários municípios vizinhos. Reportagens da imprensa informaram que o jornal frequentemente noticiava suposta corrupção na administração local e um amigo de Palma disse ao jornal O Globo que ele havia recebido ameaças, mas não as havia levado a sério.
O Brasil se tornou um dos países mais perigosos da região para os jornalistas. Na segunda-feira, o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade foi teve morte cerebral depois de ser ferido quando cobria protestos no Rio de Janeiro em 6 de fevereiro. Em 2013, ao menos quatro jornalistas foram mortos, três deles em represália direta por seu trabalho. Ao mesmo tempo, o país recentemente teve ganhos substanciais na luta por justiça no assassinato de jornalistas, com duas condenações pelo homicídio do repórter político Décio Sá este mês e três condenações em outros casos em 2013.
“As autoridades brasileiras devem investigar minuciosamente o assassinato de Pedro Palma, determinar o motivo e levar os responsáveis à justiça”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ. “O Brasil tem feito grandes progressos para alcançar justiça para os jornalistas assassinados, mas o medo de represálias por informar sobre questões sensíveis persistirá até que a violência pare”.
- Para mais dados sobre o Brasil, visite o relatório do CPJ Ataques à Imprensa