Atirador sentenciado pelo assassinato de jornalista brasileiro

Nova York, 9 de agosto de 2013 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) recebe om satisfação a condenação pelo assassinato em 2010 do jornalista de rádio e blogueiro Francisco Gomes de Medeiros. João Francisco dos Santos foi sentenciado a 27 anos de prisão pelo homicídio do jornalista na cidade de Caiacó, nordeste do país, segundo as informações da imprensa.

“Esta condenação é um importante passo contra o agravamento recorde da impunidade no Brasil”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa do CPJ para as Américas. “Agora as autoridades devem garantir que todos os envolvidos no crime – incluindo os autores intelectuais – sejam levados à justiça, a fim de enviar um sinal claro aos que desejam silenciar violentamente os jornalistas de que não ficarão impunes”.

Gomes foi baleado pelo menos cinco vezes em frente a sua casa em 18 de outubro de 2010 e morreu no hospital, segundo as reportagens. Diretor de jornalismo da emissora Rádio Caiacó, Gomes informava sobre temas locais, incluindo corrupção governamental, crime e tráfico de drogas.

As autoridades investigaram vários possíveis motivos ligados às reportagens de Gomes. Francisco, conhecido como “Dão”, foi preso um dia após o assassinato e confessou a autoria do crime, de acordo com as informações da imprensa.
 
Em 2011 e 2012, as autoridades acusaram um grupo de ter ordenado, planejado e executado o crime. Os indivíduos, segundo as reportagens, tinham queixas com relação à cobertura de Gomes sobre crime local, corrupção e tráfico de drogas. A polícia acusou um empresário, Lailson Lopes, conhecido como “Gordo da Rodoviária”, como o mentor do crime. Lopes foi indiciado e está aguardando julgamento. Quatro outros homens, incluindo um tenente-coronel, um policial militar, um advogado e um ex-pastor, que está cumprindo uma sentença de prisão por tráfico de drogas, foram acusados ​​e estão aguardando julgamento, de acordo com reportagens da imprensa. Todos os cinco homens negam qualquer envolvimento no assassinato.

Um aumento acentuado da violência letal tornou o Brasil um dos países mais perigosos no mundo para jornalistas, segundo o relatório anual do CPJ Ataques à Imprensa. Em junho, um executivo de mídia foi assassinado a tiros em um subúrbio do Rio de Janeiro. Em 2013, o Brasil foi o 10 º pior país no Índice de Impunidade do CPJ, que destaca os países onde os jornalistas são assassinados regularmente e os homididas ficam em liberdade. O país também foi nomeado para Lista de Países em Risco do CPJ, que identificou 10 locais onde a liberdade de imprensa sofreu em 2012.

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