Um manifestante gesticula durante protesto em La Paz em 9 de novembro de 2019. Vários meios de comunicação foram atacados e ameaçados no fim de semana, após agitações que levaram à renúncia do presidente Evo Morales. (Reuters / Kai Pfaffenbach)
Um manifestante gesticula durante protesto em La Paz em 9 de novembro de 2019. Vários meios de comunicação foram atacados e ameaçados no fim de semana, após agitações que levaram à renúncia do presidente Evo Morales. (Reuters / Kai Pfaffenbach)

Meios de comunicação bolivianos atacados e ameaçados em meio à agitação após a renúncia do presidente Evo Morales

Nova York, 11 de novembro de 2019 – Vários meios informativos na Bolívia foram atacados ou ameaçados e pelo menos quatro tiveram que suspender temporariamente as transmissões no fim de semana, após semanas de incertezas e protestos pelas disputadas eleições de 20 de outubro que levaram o presidente Evo Morales a anunciar sua renúncia ontem.

“Neste momento de convulsão política, é absolutamente vital que a sociedade boliviana tenha acesso a uma variada gama de informações”, disse Natalie Southwick, coordenadora do programa das América Central e do Sul do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). “Apelamos a todos os bolivianos que respeitem o direito da imprensa de trabalhar de forma segura e sem interferência para manter seus concidadãos informados.”

Em 9 de novembro, manifestantes antigovernamentais invadiram as instalações da emissora estatal Bolivia TV e da Radio Patria Nueva, em La Paz, forçando-as a interromper temporariamente as transmissões e evacuar os funcionários, segundo informações da imprensa. Ontem, vários meios informativos em La Paz, incluindo o jornal Página Siete e as emissoras de televisão privadas Televisión Universitaria (TVU) e Red UNO suspenderam provisoriamente as operações após receber ameaças. Em ao menos um caso, um grupo de pessoas chegou à sede da TVU e ameaçou atacar o canal, de acordo com notícias veiculadas. No mesmo dia, agressores queimaram uma estação de transmissão pertencente à emissora privada Unitel na cidade de El Alto e atearam fogo na casa de Casimira Lema, âncora da TVU em La Paz, segundo informações da imprensa.