Um membro do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano monta guarda em Caracas, Venezuela, em 16 de maio de 2018. O jornalista Luis Carlos Díaz foi recentemente detido por agentes da inteligência em Caracas. (Reuters/Carlos Garcia Rawlins)
Um membro do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano monta guarda em Caracas, Venezuela, em 16 de maio de 2018. O jornalista Luis Carlos Díaz foi recentemente detido por agentes da inteligência em Caracas. (Reuters/Carlos Garcia Rawlins)

Agentes de inteligência venezuelanos detêm jornalista crítico

Miami, 12 de março de 2019 – As autoridades venezuelanas devem liberar imediatamente o jornalista de rádio Luis Carlos Díaz, informou hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

Os membros da família perderam contato com Díaz ontem por volta das 17h30, quando ele foi detido por agentes de inteligência, de acordo com informações da imprensa e do grupo local de liberdade de imprensa IPYS Venezuela. Agentes, depois, invadiram sua casa e confiscaram equipamentos, incluindo computadores e telefones, de acordo com essas reportagens.

Díaz tem dupla cidadania, espanhola e venezuelana, segundo o jornal El País, de Madri. Ele trabalha para a Unión Radio News em Caracas e também produz programas digitais de rádio e vídeo com sua esposa, a comentarista política Naky Soto, que são distribuídos via mídia social, de acordo com El País.

Durante seu programa de televisão estatal “Con el Mazo Dando”, na semana passada, o influente político pró-Maduro Diosdado Cabello mostrou um videoclipe de Díaz e o acusou de “sabotagem”, alegando que Díaz desempenhou um papel no apagão que deixou algumas partes da Venezuela sem energia elétrica desde a última quinta-feira, de acordo com as informações da imprensa.

“As autoridades venezuelanas devem liberar imediatamente Luis Carlos Díaz, devolver seu equipamento confiscado e parar com essa campanha absurda, culpando os jornalistas críticos por seus próprios fracassos”, disse em Nova York Natalie Southwick, Coordenadora do Programa da América Central e do Sul do CPJ. “Sem eletricidade, grande parte do público venezuelano já está privado do acesso à informação da TV, do rádio e da internet em meio a uma emergência. Assediar e prender jornalistas só vai agravar a crise.”

Na semana passada, os agentes de contraespionagem venezuelanos detiveram o jornalista norte-americano Cody Weddle e seu auxiliar técnico venezuelano Carlos Camacho e os interrogaram por cerca de 12 horas antes de liberar Camacho e expulsar Weddle, como informou o CPJ na ocasião.