Jornalista cubano libertado depois de 15 meses

Nova York, 21 de agosto de 2007—O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) saúda a libertação, na última segunda-feira, do jornalista independente cubano Armando Betancourt Reina que desde maio de 2006, estava encarcerado na Prisão Cerámica Roja, na cidade de Camagüey, no centro do país.

Betancourt Reina, repórter da agência de notícias Nueva Prensa Cubana, deixou a prisão na manhã de segunda-feira, informou a Radio Mardí, nos Estados Unidos. Momentos após sua libertação, Betancourt Reina explicou ao Diretório Democrático Cubano, sediado em Miami, que durante seus 15 meses de prisão pôde observar as violações de direitos humanos que ocorrem na Prisão Cerámica Roja. O jornalista disse que, embora não tenha sido agredido, havia presenciado ataques de guardas e criminosos comuns contra prisioneiros políticos.

“Estamos aliviados pela libertação de Armando Betancourt Reina”, disse o Diretor Executivo do CPJ, Joel Simon. “No entanto, reiteramos nosso apelo às autoridades cubanas para que libertem de imediato os outros 24 jornalistas presos em Cuba, injustamente, por expressarem suas opiniões”.

Betancourt Reina foi detido em maio de 2006, quando cobria o despejo de famílias pobres de suas casas, segundo as apurações do CPJ. A polícia local disse à família do jornalista que ele havia sido preso por participar de um protesto contra o despejo, embora fontes em Camagüey tenham explicado ao CPJ que a acusação não se sustentava. Segundo Mercedes Boudet Silva, esposa do jornalista, as autoridades locais disseram ao seu advogado que o jornalista seria processado por alteração da ordem pública, mas até julho de 2007 não houve nenhuma acusação formal. Em 3 de julho, após um julgamento de quatro horas, o tribunal municipal de Camagüey sentenciou Betancourt Reina a 15 meses de prisão por uma acusação de desordem pública, segundo informes da imprensa.

Com 24 jornalistas na prisão, Cuba continua sendo um dos países com mais jornalistas detidos no mundo, o segundo após a China. Vinte e dois destes jornalistas foram encarcerados durante uma ofensiva do governo cubano contra a dissidência, em março de 2003.