A picture taken on October 1, 2019, shows the logos of mobile apps Instagram, Snapchat, Twitter, Facebook, Google, and Messenger. (AFP/Denis Charlet)
Foto tirada em 1º de outubro de 2019 mostra os logotipos dos aplicativos móveis Instagram, Snapchat, Twitter, Facebook, Google e Messenger. (AFP/Denis Charlet)

Segurança digital: proteção contra os ataques online direcionados

Atualizado em 9 de maio de 2022

Jornalistas que fazem reportagens sobre informações erradas, teorias da conspiração ou ‘notícias falsas’ [desinformação] ficam muitas vezes expostos ​​a ataques virtuais por aqueles que originam ou apoiam esses pontos de vista, bem como por pessoas com fortes inclinações políticas. Os que apoiam a disseminação desse tipo de informação online podem organizar ataques coordenados com o objetivo de forçar jornalistas a ficarem offline e a desacreditar sua reputação. Os profissionais de mídia que abordam esses problemas podem tomar medidas para gerenciar seu perfil online e proteger suas contas para limitar os danos causados ​​pelos agressores na Internet.

Gerencie sua presença online

Agressores online coordenados vão se preparar para atingir você diretamente. Isso envolverá um grande número de pessoas acessando seus sites de mídia social e bancos de dados públicos na Internet para obter detalhes pessoais sobre você. Eles podem usar seus dados pessoais, como sua localização, para ameaçar você ou seus familiares. Também podem procurar fotos pessoais suas e manipular a imagem como uma maneira de assediá-lo, desacreditá-lo ou envergonhá-lo.

  • Revise as informações sobre você na Internet e anote os sites em que essas informações são mantidas
  • Tome medidas para remover quaisquer dados pessoais que não queira ver no domínio público  ou que você considere que possa colocá-lo em risco, como seu endereço ou fotos de seus filhos.
  • Esteja ciente de imagens suas disponíveis online e pondere como elas podem ser usadas contra você
  • Jornalistas com sede nos Estados Unidos devem se inscrever em sites de remoção de dados para ter seu endereço e outras informações pessoais removidas de bancos de dados públicos.

O Google agora permite que os usuários solicitem a remoção de dados pessoais, como seu endereço, do motor de busca do Google. Isso não impede que seus dados apareçam em outros motores de busca.

  • Verifique as configurações de privacidade de suas contas de mídia social para ver quais informações estão disponíveis para outras pessoas. Remova ou limite o acesso ao conteúdo que você acha que poderia ser usado para desacreditá-lo ou colocá-lo em risco
  • Desative o rastreamento de local em todas as suas contas de mídia social
  • Considere excluir posts antigos de redes sociais ou usar um serviço que excluirá tweets anteriores. Os assediadores frequentemente resgatam postagens passadas como forma de desacreditá-lo.
  • Configure alertas do Google para o seu nome, incluindo erros de ortografia comuns. Isso irá alertá-lo se o seu nome for mencionado online.
  • Programe lembretes de calendário para revisar seu perfil na internet regularmente, por exemplo, a cada três meses.
  • Lembre-se de que uma cópia de qualquer informação que você tenha online provavelmente existe de alguma forma no ciberespaço, mesmo depois de removida. Por exemplo, em serviços de arquivo na Internet

Proteja suas contas

Os peritos em cibercrimes também podem tentar obter acesso às suas contas. Eles fazem isso para obter informações pessoais sobre você, bloqueá-lo de suas contas e publicar conteúdo oriundo de suas próprias contas que possam desacreditá-lo. Jornalistas podem tomar uma série de medidas para protegê-las. O ideal é que essas etapas sejam tomadas antes que um ataque ocorra.

  • Ative a autenticação de dois fatores (2FA) para todas as suas contas, incluindo as de e-mail, contas de mídia social e todas as que possam conter seus dados financeiros. Sempre que possível, é mais seguro utilizar um aplicativo, como o app Google Authenticator, em vez de SMS.
  • Use um gerenciador para criar senhas longas e exclusivas com mais de 16 caracteres para todas as suas contas na Internet.
  • Monitore suas contas e procure alertas dos provedores de serviços online sobre qualquer atividade incomum.
  • Diferencie suas informações online. Use contas de mídia social para trabalho e outras para uso pessoal. Por exemplo, evite ter fontes e membros da família como amigos em sua conta do Facebook. Isso significa que, se um invasor obtiver acesso a uma conta, ele só terá acesso a informações sobre uma parte da sua vida, não ambas.
  • Considere tornar privadas algumas ou todas as suas contas de mídia social durante um ataque.

Fale com os outros

Se a sua cobertura especializada atrair assédio em massa online e você tiver receio de ser alvo, considere falar com outras pessoas sobre esse abuso. Isso pode ajudar você a se preparar e gerenciar um ataque. Considere seguir os seguintes passos:

  • Pense em criar uma rede de colegas, amigos e familiares que possa assumir o monitoramento de suas contas e ajudá-lo com o isolamento que o assédio online geralmente causa.
  • Considere contar à sua família e amigos sobre o assédio na Internet. Os agressores online geralmente têm como alvo membros da família, por isso é importante que eles aprendam como reduzir o acesso externo a suas contas de mídia social.
  • Descubra se o meio de comunicação para o qual trabalha possui uma política de assédio online. Avalie conversar com seu editor e sua equipe sobre como obter apoio no trabalho.

Lidando com assediadores

Responder a quem o está assediando pode, muitas vezes, criar antagoniza. Em um ataque online direcionado, um a grande número de agressores virtuais significa que os jornalistas não terão condições de acompanhar o número de comentários, mensagens diretas e e-mails e, talvez, não sejam capazes de usar suas contas de mídia social para trabalhar. As etapas a seguir podem ser úteis ao lidar com uma elevada quantidade de agressores na Internet:

  • Esteja ciente de que os provocadores online estão procurando antagonizá-lo e provavelmente aumentarão a quantidade de agressões online se você responder a eles.

Se você for alvo de uma campanha de difamação orquestrada, pode ser útil escrever uma declaração descrevendo a situação e colocá-la no topo de suas contas de mídia social. Os meios de comunicação também podem escrever declarações de apoio como uma forma de neutralizar uma campanha direcionada.

  • Entenda que nem todas as contas que o atacam são de pessoas reais. Algumas podem ser automatizadas e outras podem ser de pessoas pagas por outros para assediar pessoas na internet
  • Crie um sistema para documentar abusos, especialmente qualquer coisa que você considere ameaçadora e que possa levar a um ataque físico. Documente também contas que o controlam regularmente. Você deve pedir ajuda para fazer isso se sentir que as ameaças estão afetando seu bem-estar.
  • Faça capturas de tela da agressão, incluindo a mensagem ou imagem ofensiva, a data, a hora e o nome ou o identificador do assediador. Crie uma linha do tempo do abuso, pois isso pode ser útil ao falar com o meio de comunicação em que trabalha ou com as autoridades.
  • Considere bloquear ou silenciar contas que o estão assediando. Se você denunciar abuso a uma empresa de mídia social, anote na sua documentação a data e a hora em que você fez a reclamação
  • Avalie desativar as respostas no Twitter. Apenas as pessoas que você segue poderão responder aos seus Tweets.
  • Depois que o ataque acabar, convém verificar quem estava por trás dele e seus motivos para atacá-lo

Para obter mais informações sobre como proteger seu perfil online, consulte as notas de segurança do CPJ sobre como remover seus dados pessoais da internet e se proteger contra assédio online. Para suporte de bem-estar, leia nosso guia, assédio online e como proteger sua saúde mental. Para obter mais informações sobre como melhor se proteger contra abusos online, consulte nosso guia para outras organizações e recursos que oferecem suporte.

O Comitê para Proteção de Jornalistas faz parte de um grupo de organizações globais, a Coalition Against Online Violence, que trabalham para encontrar melhores soluções para mulheres jornalistas que enfrentam abuso, assédio e outras formas de ataque digital online.

Nota dos editores: este comunicado foi publicado originalmente em 21 de maio de 2020. Ele é reavaliado periodicamente. A data de publicação no topo reflete a revisão mais recente.