O jornalista Carlos Fernando Chamorro fala durante uma entrevista à Reuters em Manágua, na Nicarágua, em 24 de dezembro de 2018. Em 20 de janeiro de 2019, Chamorro anunciou que havia fugido para a Costa Rica. (Reuters/Oswaldo Rivas)
O jornalista Carlos Fernando Chamorro fala durante uma entrevista à Reuters em Manágua, na Nicarágua, em 24 de dezembro de 2018. Em 20 de janeiro de 2019, Chamorro anunciou que havia fugido para a Costa Rica. (Reuters/Oswaldo Rivas)

O proeminente jornalista Chamorro foge da Nicarágua após ameaças, invasão de redação

Miami, 22 de janeiro de 2019 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) manifestou hoje sua preocupação pela notícia de que Carlos Fernando Chamorro, um dos jornalistas independentes mais relevantes da Nicarágua, escapou do país. Chamorro anunciou no Twitter em 20 de janeiro que fugiu para a Costa Rica devido a ameaças do governo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.

“O fato de Carlos Fernando Chamorro, um dos jornalistas mais importantes da Nicarágua, ter se juntado ao crescente número de repórteres que fugiram da Nicarágua é a evidência mais clara do ambiente cada vez mais perigoso para a imprensa local”, disse em Nova York a Coordenadora do Programa do CPJ para as Américas Central e do Sul, Natalie Southwick. “Se as autoridades forçarem toda a mídia independente para fora do país, toda a região estará perigosamente desinformada sobre o que está acontecendo na Nicarágua.”

As ameaças relatadas contra Chamorro ocorreram após uma incursão policial em 13 de dezembro no escritório do site de notícias Confidencial, em Manágua, e em seus programas de televisão, “Esta Noche” e “Esta Semana“. Chamorro é o fundador e diretor dos três meios de comunicação. O CPJ expressou profunda preocupação com a deterioração das condições de liberdade de imprensa na Nicarágua desde o início dos protestos contra o governo em abril de 2018. Um repórter foi morto enquanto cobria os protestos, e dois jornalistas independentes do canal a cabo e digital 100% Noticias estão detidos há mais de um mês por múltiplas acusações contra o Estado.