Uma visão da Cidade do México, México, em 24 de abril de 2018. Héctor González Antonio, correspondente do jornal Excelsior e da TV Imagen, foi encontrado morto no norte do estado mexicano de Tamaulipas em 24 de maio de 2018, segundo os informes. (Reuters / Gustavo Graf)
Uma visão da Cidade do México, México, em 24 de abril de 2018. Héctor González Antonio, correspondente do jornal Excelsior e da TV Imagen, foi encontrado morto no norte do estado mexicano de Tamaulipas em 24 de maio de 2018, segundo os informes. (Reuters / Gustavo Graf)

Jornalista mexicano é encontrado morto no estado de Tamaulipas

Cidade do México, 30 de maio de 2018 – As autoridades do estado mexicano de Tamaulipas devem empreender uma investigação rápida e confiável sobre a morte de Héctor González Antonio, correspondente do jornal de circulação nacional Excelsior e da emissora de TV Imagen, disse hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

O corpo de González foi encontrado por uma pessoa não identificada por volta das 7 da manhã de 29 de maio em Ciudad Victoria, capital do estado de Tamaulipas, no norte do México; González foi visto pela última vez com vida deixando a casa de sua namorada por volta das 11h00 da noite anterior, informaram as reportagens. O corpo e o rosto do jornalista mostravam sinais de espancamento, provavelmente por pedras, de acordo com Luis Alberto Rodríguez, porta-voz da Procuradoria Geral do Estado.

“As autoridades mexicanas devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para identificar o motivo e levar os assassinos de Héctor González Antonio à justiça”, disse o representante do CPJ no México, Jan-Albert Hootsen. “Até que o México tome medidas concretas para resolver os assassinatos de profissionais da mídia, o ciclo de violência e impunidade que tornou o país um dos lugares mais perigosos do mundo para os repórteres continuará.”

Ricardo Sánchez Pérez del Pozo, que chefia a Procuradoria Especial Federal para a Atenção aos Crimes Cometidos contra a Liberdade de Expressão (FEADLE), disse hoje ao CPJ que uma investigação federal sobre o assassinato foi aberta.

Rodríguez disse ao CPJ que, apesar de o espancamento não ser o “modus operandi usual dos criminosos”, a polícia ainda estava investigando todos os possíveis motivos para o assassinato de González.

Um porta-voz do Mecanismo Federal para a Proteção de Defensores de Direitos Humanos e Jornalistas, que pediu anonimato porque não estava autorizado a falar oficialmente, disse ontem ao CPJ que González não havia denunciado qualquer ameaça à instituição e não participava de nenhum esquema de proteção federal. Três jornalistas que conheciam González, e pediram para permanecer anônimos por razões de segurança, disseram ao CPJ que não estavam cientes de quaisquer ameaças contra o colega.

González, 39, cobriu notícias gerais, incluindo política e crime, para o Excelsior e a Imagen, de acordo com os jornalistas. Seus artigos mais recentes para o Excelsior foram sobre delinquência em Tamaulipas, incluindo gangues criminosas envolvidas em tiroteios e bloqueios na cidade de Reynosa e a prisão de quatro policiais acusados de envolvimento em um sequestro em 26 de maio.

O jornalista também foi o fundador e diretor editorial do site de notícias locais Todo Noticias e trabalhou anteriormente como repórter do Expreso, jornal local em Ciudad Victoria, cobrindo crime e segurança.

O CPJ não conseguiu obter comentários da família da vítima ou de seus colegas de trabalho do Excelsior, Imagen ou Todo Noticias.

Tamaulipas é um dos estados mais violentos do México devido a anos de guerra entre grupos rivais de tráfico de drogas, de acordo com as informações da imprensa. Segundo as estatísticas das autoridades federais mexicanas, 1.623 pessoas foram assassinadas no estado em 2017. Em Tamaulipas, jornalistas são frequentemente alvo de violência, especialmente quando cobrem crime organizado, de acordo com a pesquisa do CPJ.

O México é um dos países mais letais do mundo para jornalistas, segundo a pesquisa do CPJ. Em 2017, pelo menos seis jornalistas foram assassinados em represália direta por seu trabalho. O CPJ está investigando a morte de outros três jornalistas ocorridas em 2017. Em 2018, dois foram assassinados, enquanto o CPJ está investigando o motivo em um terceiro caso.