Bandeiras dominicanas em Santo Domingo, em 2012. Uma repórter do canal Notícias SIN disse que foram feitas ameaças contra ela depois que reportou sobre o assassinato de um colega jornalista.  (AFP/Erika Santelices)
Bandeiras dominicanas em Santo Domingo, em 2012. Uma repórter do canal Notícias SIN disse que foram feitas ameaças contra ela depois que reportou sobre o assassinato de um colega jornalista. (AFP/Erika Santelices)

Jornalista dominicana ameaçada por informar sobre assassinato de colega jornalista

Nova York, 4 de abril de 2018 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) instou as autoridades da República Dominicana a investigar as ameaças contra Alicia Ortega, repórter investigativa do canal Notícias SIN, e tomar todas as medidas necessárias para garantir a segurança da jornalista.

Durante a edição de 2 de abril do programa semanal de Ortega, “El Informe”, a jornalista disse que o canal de notícias em que trabalha foi informado que os detentos da prisão La Victoria fizeram ameaças contra ela. As intimidações foram em resposta a um segmento exibido no programa de Ortega na semana anterior sobre Matías Avelino Castro, que está detido em La Victoria enquanto enfrenta julgamento por supostamente ter ordenado o assassinato do jornalista José Agustín Silvestre, segundo as informações da imprensa.

O Procurador-Geral da Nação, Jean Rodríguez, escreveu ontem no Twitter que seu escritório estava abrindo uma investigação sobre as ameaças e ofereceria medidas de proteção a Ortega.

“Estamos encorajados pela resposta das autoridades dominicanas às ameaças contra Alicia Ortega e pedimos que ajam rapidamente para garantir a segurança da jornalista e identificar e responsabilizar os culpados pelas intimidações”, disse o diretor de Programas do CPJ, Carlos Martínez de la Serna. “Aplaudimos as medidas da República Dominicana em levar o suposto mandante do assassinato de José Silvestre a julgamento, mas as autoridades devem demonstrar que todas as ameaças aos jornalistas serão levadas a sério”.

Silvestre, diretor de uma revista e apresentador de televisão, foi morto a tiros em agosto de 2011, segundo a pesquisa do CPJ. Em 2011, a polícia identificou Avelino Castro, proprietário de hotel e alegado traficante de drogas, como o suposto mentor intelectual do crime e pediu sua extradição da Colômbia em janeiro de 2017 para enfrentar as acusações relativas ao caso, segundo as reportagens.