O presidente mexicano se compromete a priorizar a segurança dos jornalistas e a combater a impunidade

Cidade do México, 4 de maio de 2017 – O presidente mexicano Enrique Peña Nieto se comprometeu hoje a priorizar o combate à impunidade nos casos de assassinato de jornalistas durante o restante do seu mandato, que termina no próximo ano. O mandatário disse que a segurança e a proteção dos jornalistas também seriam prioridade.

Peña Nieto declarou a uma delegação do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), que seu governo se comprometia a dar seguimento às investigações de ataques contra a imprensa, e garantiu o financiamento do mecanismo de proteção federal cuja verba havia se esgotado em outubro.

O encontro de 90 minutos em Los Pinos, residência oficial do presidente, fez parte de uma missão que o CPJ realizou no México para divulgar o Informe “Sin excusas” (sem desculpas), que faz um apelo ao governo para que tomem medidas adicionais com o objetivo de romper o ciclo de impunidade que afeta a imprensa mexicana. O CPJ divulgou o relatório ontem em uma conferência de imprensa na cidade portuária de Veracruz, na costa do Golfo. Veracruz é uma das regiões mais letais para o exercício do jornalismo no hemisfério Ocidental.

O México é um dos países mais perigosos do mundo para exercer o jornalismo. Pelo menos 40 jornalistas foram mortos por seu trabalho e há 50 outros assassinatos cujos motivos estão pendentes, até o momento, de confirmação.

“Saudamos o compromisso do Presidente Peña Nieto de romper este ciclo criminoso e assegurar que os jornalistas ameaçados recebam proteção”, declarou o coordenador sênior do Programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría, no final do encontro. “O governo e o sistema de Justiça penal devem, agora, trabalhar de acordo com as promessas do presidente”.

A delegação do CPJ mostrou preocupação pelo deficiente histórico da Procuradoria Especial em relação ao êxito das investigações dos crimes contra a liberdade de expressão. Sobre isto, o Procurador Geral da República, Raúl Cervantes Andrade, que também participou do encontro, disse que as autoridades estavam “considerando substituir” o promotor federal Ricardo Nájera “por alguém experiente que terá o apoio e o reconhecimento das organizações (de liberdade de expressão)”.

Em referência ao histórico do México em matéria de impunidade, o presidente declarou que a reforma judicial está em curso e reconheceu que era necessário urgentemente trabalhar mais.

“Precisamos consolidar o novo sistema de justiça, mas isso não é uma desculpa”, afirmou Peña Nieto.

Além de Lauría, a delegação do CPJ foi integrada pelo seu membro da diretoria Jonathan Klein, de Getty Images, e do correspondente do CPJ no México, Jan-Albert Hootsen.

O presidente estava acompanhado do Procurador Geral da República; do Secretário de Governo, Miguel Ángel Osorio Chong; do Subsecretário de Direitos Humanos, Roberto Campa; e de outros funcionários.