Nova York, 02 de maio de 2016 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) está preocupado com uma ordem judicial para bloquear o WhatsApp no Brasil durante 72 horas. Um juiz determinou que as companhias de telecomunicações bloqueiem o aplicativo de mensagens a partir das 14h00 de hoje por não entregar os dados em uma investigação criminal, segundo relatos da imprensa.
Jornalistas no Brasil dependem regularmente do WhatsApp para realizar suas reportagens”, disse o coordenador do Programa de Tecnologia do CPJ, Geoffrey King. “Bloquear o acesso a uma plataforma tão amplamente utilizada é uma medida que viola a natureza aberta da Internet e desproporcionalmente danifica o livre fluxo de informações”.
O bloqueio vai atrapalhar o trabalho dos jornalistas que frequentemente usam a plataforma para se comunicarem com fontes, segundo as pesquisas do CPJ. Esta não é a primeira vez que os 100 milhões de brasileiros que utilizam regularmente o serviço tiveram que ficar sem ele. Em dezembro de 2015, a plataforma foi bloqueada por 12 horas por não entregar informações em uma investigação criminal não relacionada. O Facebook, proprietário do WhatsApp, disse ao The New York Times que era tecnicamente incapaz de cumprir a ordem por causa de sua tecnologia de criptografia.
Em março, o mesmo juiz do estado de Sergipe, que emitiu a ordem de hoje, Marcel Montalvão, ordenou a prisão do executivo do Facebook Diego Dzodan após o WhatsApp não fornecer dados de uma investigação criminal, de acordo com informações da imprensa. Não ficou imediatamente claro se a ordem de hoje para bloquear o WhatsApp estava relacionada com a ordem de prisão de março.