Bogotá, Colômbia, 6 de fevereiro de 2013 – Um jornalista que trabalha em uma rádio interiorana no sul do Peru e que noticiou sobre corrupção governamental foi baleado na perna na manhã de hoje quando se dirigia de moto ao trabalho, segundo as informações da imprensa local e do grupo regional de imprensa Instituto Prensa Y Sociedad (IPYS).
Juan Carlos Yaya Salcedo, 35, apresentador de um programa de notícias com uma hora de duração chamado “Sin Escape” na Radio Max, disse ao CPJ que viu um carro azul atrás dele enquanto se dirigia para a emissora na cidade de Imperial, a aproximadamente 138 quilômetros ao sudeste de Lima. Yaya ouviu dois disparos e foi atingido na perna esquerda por uma bala que também danificou o tanque de gasolina de sua moto. O carro saiu em disparada. Policiais levaram Yaya a um hospital em Imperial.
Falando do hospital, o repórter disse ao CPJ que espera se recuperar completamente e retornar em breve ao trabalho. Familiares apresentaram queixa à polícia.
Yaya, que trabalha como jornalista há 12 anos, disse que nunca recebeu nenhuma ameaça. Ele especulou que o ataque poderia estar relacionado à recente reportagem sobre supostas irregularidades na construção de um prédio e uma piscina pública na cidade vizinha de Nuevo Imperial.
Segundo as informações da imprensa, a polícia também suspeita que o ataque esteja relacionado ao exercício profissional da vítima, já que os agressores não tentaram roubar nada. “A minha segurança e a de minha família estão em perigo”, disse Yaya. “Mas continuarei trabalhando como jornalista”.
“O atentado contra Juan Carlos Yaya Salcedo ilustra os perigos enfrentados por jornalistas no interior do Peru e destaca a necessidade de as autoridades agirem de forma decisiva para impor a lei”, disse o coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría. “As autoridades devem realizar uma investigação completa para identificar os autores e processá-los”.
Os jornalistas do interior que informam sobre questões de corrupção governamental têm sido vítimas de reiterados ataques no Peru, segundo a pesquisa do CPJ. Em 2011 um jornalista foi assassinado em represália direta por seu trabalho, e outros dois morreram em circunstâncias ainda não esclarecidas.