Jornalista desaparecida há quase duas semanas no México

Cidade do México, 8 de novembro de 2012 – As autoridades mexicanas devem investigar minuciosamente o desaparecimento da jornalista Adela Jazmín Alcaraz López que foi vista pela última vez há quase duas semanas, disse hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

Alcaraz, apresentadora de um telejornal noturno da emissora a cabo Canal 12 em Rioverde, uma pequena cidade no estado central de San Luis Potosi, desapareceu em 26 de outubro. De acordo com as informações da imprensa local, um homem que se identificou como “Capitão Victor” telefonou para um irmão de Alcaraz dizendo que os filhos da jornalista – que aparentemente haviam sido sequestradas com ela – estavam a salvo e haviam sido levadas para a casa da babá. As duas crianças foram encontradas lá e entregues para a mãe de Alcaraz, noticiou a imprensa.

Jornalistas locais, que pediram para permanecer anônimos por temor a represálias, disseram ao CPJ que inicialmente suspeitaram que o crime fosse um caso de sequestro por resgate, mas não houve nenhum contato dos raptores, exceto pelo telefonema sobre as crianças. A imprensa local, incluindo Alcaraz, evita abordar histórias que possam irritar os poderosos grupos do crime organizado que operam na região, embora seja difícil prever o que pode ofender um chefão local, explicaram os jornalistas ao CPJ. A família da jornalista não pode ser contatada para comentar o assunto.

“Estamos muito preocupados com o desaparecimento de Adela Jazmín Alcaraz López”, disse em Nova York o coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría. “As autoridades mexicanas devem realizar uma investigação completa para encontrá-la e levar os sequestradores à justiça”.

O gabinete do procurador-geral do estado não se pronuncia publicamente sobre o caso há uma semana; a última declaração afirmava que as evidências não eram claras e não sabia se Alcaraz havia sido sequestrada por um resgate ou assassinada. Um funcionário da Promotoria Especial para Crimes contra a Liberdade de Expressão disse que havia agentes federais investigando o caso em Rioverde, mas não detalhou se o crime poderia estar relacionado ao trabalho de Alcaraz como jornalista.

A violência associada ao narcotráfico tornou o México um dos países mais perigosos do mundo para a imprensa, segundo a pesquisa do CPJ. Mais de 50 jornalistas foram assassinados ou desapareceram desde 2007.