Ángel Alfredo Villatoro (AP/HRN Radio)
Ángel Alfredo Villatoro (AP/HRN Radio)

Jornalista hondurenho sequestrado encontrado morto

Nova York, 16 de maio de 2012 – O corpo do jornalista de rádio hondurenho Ángel Alfredo Villatoro foi encontrado terça-feira em Tegucigalpa, capital do país, de acordo com a imprensa. Villatoro havia sido sequestrado de seu carro na manhã de 9 de maio.

“Lamentamos a morte do jornalista Ángel Villatoro e enviamos nossas condolências aos seus familiares, amigos e colegas”, disse o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. “As autoridades hondurenhas devem realizar uma investigação completa e levar os responsáveis à justiça. O ciclo letal de violência contra os jornalistas e a impunidade para estes crimes está colocando em risco a liberdade de expressão em Honduras”.

Villatoro, 47, era apresentador e coordenador de notícias da rádio HRN, uma das emissoras mais ouvidas em Honduras. Seu corpo foi encontrado em uma calçada na noite de terça-feira, vestido com o uniforme de uma unidade de operações especiais da polícia e com um lenço vermelho cobrindo o rosto, segundo as informações da imprensa. O jornalista tinha dois ferimentos de bala na cabeça. Vizinhos disseram ter ouvido tiros na área algumas horas antes do corpo ser descoberto.

Mais cedo na terça-feira, o presidente Porfirio Lobo disse a jornalistas que os sequestradores haviam enviado um vídeo com imagens de Villatoro como “prova de vida”. Ele esclareceu hoje que as imagens eram de sábado, de acordo com reportagens. Foi noticiado que a família do jornalista havia recebido um pedido de resgate. O porta-voz da polícia nacional, Héctor Ivan Mejía, disse a repórteres que há várias teorias, mas nada foi confirmado e a polícia continuará a investigação.

Um clima de violência e impunidade generalizado fez de Honduras um dos países mais perigosos na região, de acordo com a pesquisa do CPJ.  A postura do governo sobre os assassinatos de jornalistas piorou a situação. As autoridades minimizaram os crimes e se mostraram lentos e negligentes na busca pelos responsáveis. O CPJ documentou outros dois ataques contra jornalistas nas últimas três semanas.