Aumentam os ataques contra a imprensa antes das eleições no Peru

Nova York, 1º de junho de 2011 – No último mês, ao menos oito jornalistas peruanos foram agredidos fisicamente, ameaçados ou assediados com insultos verbais como reação à cobertura sobre a eleição presidencial de 5 de junho, segundo grupos regionais de imprensa e meios de comunicação locais. A maioria dos incriminados parecer ser de simpatizantes de cada um dos candidatos presidenciais.

O governo do presidente Alan García deve garantir que os jornalistas possam cobrir as eleições sem temor de represálias, afirmou hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). A candidata de direita, Keiko Fujimori, enfrentará no segundo turno o ex-oficial do exército e esquerdista Ollanta Humala.

“Nos dias que antecedem as eleições, é indispensável que os jornalistas locais possam informar com total liberdade sobre os problemas enfrentados pelo Peru”, afirmou Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ. “A liberdade de imprensa é vital no momento em que o país se prepara para votar”.

Jornalistas locais têm sido alvo de ataques físicos, ameaças e intimidação nas últimas quatro semanas, segundo a pesquisa do CPJ e do grupo regional de imprensa Instituto Prensa e Sociedad (IPYS), sediado em Lima.

Mais cedo, no mesmo mês, a chefe de gabinete do governo, Rosario Fernández, prometeu proteção e apoio aos meios de comunicação. A funcionária também solicitou aos dois candidatos presidenciais que condenassem qualquer ação de violência ou atitudes violentas durante a campanha eleitoral, informou o jornal El Comercio.

Em um debate presidencial sobre o tema da liberdade de imprensa do qual participou o coordenador sênior do programa das Américas, Carlos Lauría, tanto Humala quanto Fujimori prometeram respeitar a liberdade de imprensa.

“Não é suficiente que Fujimori e Humala se comprometam a defender a liberdade de imprensa uma vez eleitos”, acrescentou Lauría. “Instamos os candidatos a condenar a intimidação e os atos de violência por parte de seus simpatizantes contra os jornalistas que cobrem a campanha eleitoral”.

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