Galeano e seu colega José Adán Silva, repórteres do jornal El Nuevo Diario de Manágua, haviam investigado denúncias sobre a suposta malversação de fundos no Conselho Supremo Eleitoral da Nicarágua, informou o Nuevo Diario. No sábado, dois dias antes de o jornal publicar a primeira de uma série de reportagens investigativas, Galeano recebeu uma ligação de um número desconhecido em seu celular advertindo-o que teria “72 horas de vida” se a matéria fosse publicada, segundo as informações da imprensa e entrevistas do CPJ. A ameaça de morte foi depois reiterada por uma carta anônima destinada a Galeano e enviada ao jornal.
Galeano denunciou as ameaças à polícia nacional, segundo informou ao CPJ Carlos Larios, repórter do El Nuevo Diario. Galeano o diretor do jornal, Francisco Chamorro, também denunciaram as ameaças ao Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH), segundo as informações da imprensa. Galeano contou ao CPJ que solicitou proteção policial.
“Instamos as autoridades nicaraguenses a realizar uma investigação rápida e completa sobre estas inquietantes ameaças contra Luis Galeano”, declarou Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ. “As autoridades nicaraguenses devem proporcionar a proteção solicitada por Galeano”.
Em janeiro, depois de publicar uma reportagem sobre uma suposta fraude na Direção Geral da Receita, Galeano foi advertido pelo diretor daquele órgão público: “Alguma coisa vai acontecer aos jornalistas que escreveram sobre o tema”. O jornal acusou o governo de ter bloqueado papel jornal importado na alfândega em represália sobre suas matérias sobre corrupção oficial, segundo noticiou a imprensa local.
Um informe especial do CPJ publicado em 2009 ressaltou que o governo do presidente Daniel Ortega tem mantido uma relação hostil e antagônica com a imprensa privada. A pesquisa do CPJ mostra que jornalistas na Nicarágua têm sido vítimas de perseguição legal, campanhas de desprestígio e manipulação no manejo da publicidade oficial.