Nova York, 8 de setembro de 2010 – Víctor Rolando Arroyo Carmona, jornalista cubano detido desde março de 2003, foi libertado e chegou hoje a Madri, elevando para quinze o número de editores e repórteres liberados depois das negociações realizadas em julho entre o governo do Presidente Raúl Castro e a Igreja Católica.
Arroyo e sua família chegaram a Madri esta tarde e foram levados para um hotel localizado no bairro de Vallecas, segundo as informações da imprensa.
“Estou muito emocionado com esta nova etapa em minha vida, tentando assimilar cada minuto que estou vivendo”, declarou Arroyo em uma entrevista ao CPJ por telefone. Assim como os demais jornalistas cubanos recentemente libertados, Arroyo disse que não queria ter deixado Cuba. “Mas, depois de considerar o bem-estar de minha família e o tremendo impacto negativo que as condições na prisão tiveram sobre a minha saúde, decidi aceitar a oferta de vir para a Espanha”, explicou.
Arroyo, jornalista da agência de notícias União de Jornalistas e Escritores Independentes de Cuba, foi encarcerado durante a ofensiva em massa do governo em março de 2003 contra a dissidência política e a imprensa independente, conhecida como Primavera Negra. Cinco jornalistas presos durante a onda repressiva de 2003 continuam na prisão, assim como outro que foi detido posteriormente, segundo uma pesquisa do CPJ.
Depois de negociações com líderes da Igreja Católica em Cuba, em julho Castro concordou em libertar um total de 52 dissidentes que foram presos na ofensiva de 2003. Funcionários do governo espanhol também participaram das negociações.
Os 15 jornalistas libertados foram imediatamente enviados para o exílio na Espanha (um deles decidiu transferir-se para o Chile). O governo cubano não solicitou explicitamente que os jornalistas liberados abandonem o país como uma condição para a libertação, mas está claro que é o que as autoridades pretendiam – informou o consultor do CPJ na Europa Borja Bergareche.
Neste link é possível acessar as informações sobre Arroyo publicadas no censo anual do CPJ sobre jornalistas presos, realizado em dezembro de 2009.