Jornalista hondurenho deixa o país após ataques

Nova York, 1º de abril de 2010—O jornalista hondurenho José Alemán deixou seu país no domingo após ataques ameaçadores, incluindo a invasão de dois homens armados em sua casa no município rural de San Marcos de Ocotepeque, perto da fronteira com El Salvador, informou a imprensa local. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) pediu hoje às autoridades hondurenhas que forneçam proteção a Alemán para que ele possa retornar ao país e prosseguir com seu trabalho.

Alemán, correspondente do jornal Tiempo e da emissora de alcance nacional Rádio América em San Marcos de Ocotepeque, recebeu um telefonema anônimo por volta das 8h00 de domingo, insultando-o a advertindo-o parar deixar de noticiar, de acordo com matérias da imprensa local. A ligação foi feita aproximadamente 20 segundos depois de a Rádio América transmitir seu boletim sobre um tiroteio entre a polícia hondurenha e supostos criminosos no domingo em San Marcos de Ocotepeque,  segundo a imprensa local.

Mais tarde, dois desconhecidos armados invadiram a casa de Alemán e dispararam contra o quarto do jornalista, segundo relatos de testemunhas à imprensa hondurenha.  O jornalista não estava em casa. Ele soube do ataque na delegacia de polícia local, onde havia ido depois que, mais cedo, um carro bloqueou sua passagem quando  ele conduzia sua bicicleta, informou a imprensa. Ele fugiu para uma rua estreita e se dirigiu à delegacia de polícia, disse ao CPJ um dos chefes do jornalista no jornal o Tiempo, que pediu para permanecer anônimo por temor por sua segurança.  

Alemán ficou na delegacia até decidir deixar o país naquela noite, disse o chefe. Um  jornalista do Tiempo em Tegucigalpa, que também pediu para permanecer anônimo, disse ao CPJ que as autoridades hondurenhas não haviam identificado nenhum suspeito nem divulgado os possíveis motivos por trás da perseguição.

Cinco jornalistas foram atacados e assassinados em Honduras em março.

“A intimidação de José Alemán é particularmente alarmante em virtude da onda sem precedentes de assassinatos de jornalistas que marcou Honduras no mês passado”, disse o Diretor-executivo do CPJ, Robert Mahoney. “As autoridades devem enviar uma clara mensagem de que ataques e ameaças apossa retornar para casa em segurança”.

Agressores não identificaram mataram a tiros os jornalistas José Bayardo Mairena e Manuel Juárez no departamento[estado] de Olancho em 27 de março. Em 14 de março, o jornalista Nahúm Palacios Arteaga foi morto na cidade de Tocoa, enquanto o repórter de rádio David Meza foi assassinado em 21 de março na cidade de La Ceiba. Em 1º de março, o repórter Joseph Hernández Ochoa foi morto em Tegucigalpa em um tiroteio que deixou outra jornalista seriamente feriada.