CUBA: Jornalista independente detido sem acusações em Havana

 Nova York, 4 de março de 2009–O governo cubano deve tornar públicas as acusações contra o jornalista independente detido no domingo ou libertá-lo imediatamente, declarou hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). O jornalista foi detido na véspera do sexto aniversário da represália massiva contra a imprensa independente cubana.

Agentes da Segurança do Estado prenderam o jornalista independente Roberto de Jesús Pérez Guerra, diretor da agência de notícias independente Hablemos Press, sediada em Havana, quando ele se encontrava em sua residência, conforme declarou ao CPJ sua esposa, Ismari Salomón Carcases. A residência também é a sede da agência de notícias. Ainda segundo sua esposa, Pérez Guerra foi levado, inicialmente, a uma estação de polícia local e, em seguida, transferido para um complexo da Segurança do Estado Unidad 10 de octubre y Acosta, em Havana, onde permanece detido.


“Raúl Castro anunciou algumas reformas em Cuba, mas tem mantido as políticas repressivas de seu irmão contra os meios de comunicação”, declarou o Coordenador Sênior do Programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría. “O significado disto, neste momento fundamental da história cubana, é que a mensagem do governo continua sendo a única a ser ouvida. As autoridades cubanas devem tornar públicas as acusações contra Roberto de Jesús Pérez Guerra ou libertá-lo de imediato”.

 

Salomón Carcases disse que seu marido foi detido e libertado, pelo menos, 50 vezes durante o ano de 2008 e que as autoridades o advertiram repetidamente para que deixasse de trabalhar como jornalista independente. O repórter cobre notícias gerais e enfoca os prisioneiros políticos e as violações dos direitos humanos nos presídios cubanos, acrescentou sua esposa ao CPJ. Seus artigos são publicados em sites de notícias cubanos no exterior, como CubaNet e PayoLibre.

 

O governo cubano deteve jornalistas independentes durante a terceira semana de março de 2003. Desde então, pelo menos 21 repórteres e editores continuam encarcerados em Cuba, o segundo país com maior número de jornalistas presos, superado apenas pela China. “Instamos o governo cubano a libertar, de forma imediata e incondicional, todos os jornalistas que foram injustamente aprisionados por exercerem seu direito básico à liberdade de expressão”, declarou Lauría.

 

O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, que se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo.