Tribunal dominicano sentencia indivíduo a 30 anos por assassinato de jornalista

Nova York, 3 de maio de 2007—O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) saúda a decisão de um tribunal de justiça dominicano que sentenciou o líder de uma organização criminosa a 30 anos de prisão pelo assassinato do jornalista Juan Emilio Andújar Matos, ocorrido em 2004.

Um tribunal de Azua também ordenou que Vladimir Pujols, líder do grupo de narcotraficantes “Los Sayayines”, pague 1.300.000 pesos dominicanos (40.945 dólares norte-americanos) ao jornalista de rádio Jorge Luis Sención, que presenciou o assassinato e foi ferido à bala durante uma segunda emboscada. Os advogados de Pujols afirmaram a jornalistas locais que apelarão da sentença, segundo a imprensa dominicana.

Outro acusado, Ricardo Agramonte, foi sentenciado a cinco anos de prisão por conspiração, informou a Reuters. Outras notícias veiculadas pela mídia o identificaram como sendo um dos integrantes do grupo de Pujols. Os três juízes declararam-se incompetentes para condenar Maikel Bienvenido Agramonte, também acusado de conspiração, porque ele tinha 17 anos na época do assassinato, informou El Nuevo Diário, de Santo Domingo. Seu caso será transferido para uma corte juvenil, de acordo com informes da imprensa.

A condenação é pouco comum, segundo as investigações do CPJ. Os assassinos de jornalistas são processados em menos de 15 por cento dos casos.

“Elogiamos os esforços das autoridades dominicanas em buscar justiça para o assassinato de nosso colega Juan Emilio Andújar Matos” declarou o Diretor Executivo do CPJ, Joel Simon. “Esperamos que este processo demonstre aos governos na América Latina e em todas as partes do mundo que a impunidade não deve prevalecer”.

Andújar, apresentador do programa semanal “Encuentro Mil 60”, transmitido pela rádio Azua, e correspondente do matutino de Santo Domingo Listín Diário, foi assassinato por pistoleiros em 14 de setembro de 2004. Notícias da imprensa local destacaram que o ataque ocorreu momentos depois de Andújar informar sobre uma onda de crimes violentos de membros de um grupo de criminosos contra a polícia de Azua, uma cidade a 120 quilômetros ao sul de Santo Domingo. Antes do assassinato, Andújar e outros jornalistas locais haviam recebido ameaças de morte por seus comentários sobre a onda criminosa. 

Em março de 2006, a polícia prendeu Pujols, segundo informes da imprensa local Pujols é um dos dois indivíduos acusados pelo assassinato de Andújar. O segundo suspeito, Luis Teleda Filpo, foi baleado durante um confronto com a polícia dois dias após o assassinato de Andújar.